Os Sindicatos levantam parte do problema, o crime é muito mais grave.
DA “REVOLUÇÃO TRANQUILA” À REESTRUTURAÇÃO ILEGAL
Os Sindicatos, representantes dos
trabalhadores da Rádio e Televisão de Portugal (RTP, SA) receberam, ontem, com
estupefação a notícia do governo AD sobre o plano de “reestruturação” da
Empresa.
O governo, acionista da RTP, apresentou
assim um plano de reestruturação da sua empresa com vista à falência, uma
reestruturação que não cumpre os requisitos legais e que arrasta os sindicatos
para compromissos inexistentes e os jornalistas para a lama. Um plano que prevê
a saída voluntária de 250 trabalhadores, o fim da publicidade até 2027, o não
aumento da CAV, a perda de relevância das várias antenas, o eventual refundir
de canais, o endividamento da empresa, a perda de regulação do mercado publicitário.
Fica a faltar o plano de compensações para
a perda real de receitas. Recordemos a dívida do Estado à RTP de 14 milhões de
euros. Revelamos que a RTP, nas suas produções, por esvaziamento tecnológico,
há muito que aluga meios técnicos aos operadores privados, nomeadamente à SIC.
Quanto a este plano, torna-se evidente que
para o governo o mercado imobiliário é o novo garante da sustentabilidade da
RTP e que os acordos europeus assinados por Portugal, a este respeito, são
meras formalidades. As leis cumprem-se! Ou então, todos teremos o análogo
direito de as desprezar.
A ignorância é atrevida, sabemo-lo! Ontem,
uma vez mais, comprovou-se, com explicações absurdas do Governo sobre a bondade
da retirada da publicidade ao Serviço Público, como se esta em nada abonasse os
operadores privados do setor. A cereja é o auricular, instrumento de técnica
ancestral que transforma o jornalismo em conspiração e na sua falha, os diretos
em filmes mudos e nessa altura, os pivôs em jornalistas ofegantes.
Os sindicatos signatários exigem o
cumprimento da lei, recusam o atropelo e pretendem ser ouvidos em tudo o que
diga respeito à RTP. Os trabalhadores e a empresa não precisam de caridade,
precisam de boa liderança e de políticos conhecedores do setor. Como é possível
um Conselho de Administração sugerir à Tutela uma perda suave de receita
publicitária? Como é possível o governo aceder à contratação de jornalistas a
contratos a termo e não perceber o quanto é essencial a mesma prática para as
restantes categorias profissionais da rádio e da televisão?
Informamos que os sindicatos foram, ontem,
convocados pelo Conselho de Administração da RTP para uma reunião a realizar no
próximo dia 15 com a seguinte ordem de trabalhos: “Pacote das medidas do
governo para a RTP e Plano de Saídas”.
Os sindicatos: FE/ FETESE/ SICOMP /
SINDETELCO/ SINTTAV/ SJ/ SITESE/ SITIC/ SMAV/ STT
Lisboa, 9 de outubro de 2024
Os sindicatos
solicitaram reuniões à Tutela e aos Grupos Parlamentares.
As privatizações absurdas foi sempre uma bandeira do PSD/CDS e PS. A diferença é a maneira como nos "ensinam" a utilidade da liquidação das empresas públicas. Abraço
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