MEUS MENINOS DE GAZA
Olhitos pendurados no fundo do tempo, molhados de uma raiva inocente, sem cor nem destino, mal escorrendo na pele ingénua das caritas redondas, sem forma de ser uma pequenina lágrima que a fraqueza da fome e a secura da sede não deixam cair. Sem pai, sem mãe, sem ninguém, deambulando ao acaso nas entranhas do medo e no escuro vazio do abandono, deviam entrar nos olhos deste vergonhoso mundo, não como um diário e nojento espectáculo desinformativo, mas como um furacão de raiva e revolta, um trovão capaz de abalar a adormecida consciência de grande parte desta nossa humanidade podre.
ADÃO CRUZ
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