O Ministério da Saúde, emestreita, melhor dizendo, apertadacolaboraçãocom a Organização Mundial de Saúde (OMS) está entrincheirado pronto a combaterqualquerpandemiaque ouse transpor as nossas fronteiras. O vírus das aves deixou de nosamedrontar, as vacasjá voltaram ao seuperfeitojuízo e a gripesuína AH1N1 é jugulada ondequerque se detecte. Os governantes estão atentos! Ai de quem deixe escaparumespirrosemusar o lenço de papelondeguarda os borrifos que deitará no primeirocaixote de lixoqueencontrar e mal estará quemnão lave bem as mãos e as desinfecte com o sprayapropriado.
Quanto a gripes estamos conversados. O problemaque se nos coloca é o de nãotermosproblemas. Como é que se pode fazercampanhaeleitoral num paísondenão se encontra a maislevemáculagovernamentalque seja susceptível de crítica?
O vírusquenos arrasa, a pandemiaque expande o bem-estarsemlimites e pelaprimeiraveznos invade, denomina-se ‘fe-li-ci-da-de’.
Não tenho memória de umequilíbriosocialassimperfeito e de uma satisfaçãoque emane de modotãonatural de todas as classessociais. Os muitoricos reconheceram que o dinheironãolhes traz felicidade e quesólhes é possívelentrar no Reino dos Céuscom o fruto do seusuor e nãocom o do suoralheio.
Os professores ensinam, os alunos aprendem, o Ministériorespectivo está a corresponder aos anseios de mestres e educandos. O diálogo é profícuocomonunca havia sido. Melhorainda, tanto a nívelmédiocomosuperior, todos os jovens, terminados os estudos, têm emprego garantido e salárioquelhes permite organizar a vidasemdepender dos familiaresque, porsuavez, neste clima de segurança, usufruem a vidaemtodo o seuesplendor.
Digam-me lácomo é possíveltecer criticas aos governantes neste ambiente de tranquilidade e bem-estar? Sabendo-se queesse “bem-fazer” foi direitinho para os mais necessitados, reduzindo drasticamente o fossoentrericos e pobres.«Os portugueses sabem quesempre puderam contarcom o PS nosmomentos difíceis e que está paranascerumprimeiro-ministroque faça melhor no défice do queeu». Foi o primeiro-ministroque o afirmou e nãoummentirosoqualquer.
Aos pescadoresnãofaltamar. Não têm legislaçãoque os proteja nem os barcosque foram obrigados a abater, mas o mar e a ondulação pertencem-lhes. Os espanhóis trazem-lhes o peixe e eles, deitados na areia, observam as donzelasembiquíniou fazem surf e lá se vãosurfando,como podem, na doçura da maresia. A felicidade é uma lapaque se lhes agarra e de quenão se podem libertar.
Nestas condiçõesquem é que pode fazercampanhaeleitoral dirigida às gentes do marsemmeterágua?
A felicidade pandémica, ou pindérica como diz a Dona Gertrudes, grassa peloscampos. Aí, pormaisque se queira, não é possívelfazercampanhaeleitoralsemcorrer o risco de se serlevado a ponta de cajado. Os campos, empousio, e os camponeses batendo a sestaemsombrasaprazíveissão a expressãoidílica “desta ditosapátrianossaamada”. O poucoque se cultiva é regateado pelas grandessuperfíciespor invejáveis margens de lucro. Os criadores de gado, nomeadamente os produtores de leite, distribuem gratuitamente a produção às populaçõesquejánão sabem o quefazer de tantafartura.
Os operários, pequenoscomerciantes e industriais estão no conforto dos seuslaresou repimpados de férias vendo as estrelas.
O temporal, dizem os cépticos, virá depois das eleições se continuarmos a votaremquemnos tem bafejado comtantafelicidade.
Não há vacina contra essa pandemia. Os governos são propaganda, as igrejas são propaganda, a economia propaganda é, as eleições, os media...Nas nossas barbas o capital ri-se.«Até quando, Catilina?».
Ó Cid, meu caro amigo, olha que com a inteligência que este governo apresenta, sobretudo alguns ministros e seus atentos servidores, é capaz de haver quem pense que falas sem qualquer ironia.
4 comentários:
É pá! g'anda malha!
Um grande abraço. Vou recomendar a leitura desta "peça"
Não há vacina contra essa pandemia. Os governos são propaganda, as igrejas são propaganda, a economia propaganda é, as eleições, os media...Nas nossas barbas o capital ri-se.«Até quando, Catilina?».
Muito bom! Até já me sinto melhor... :-)))
Abraço.
Ó Cid, meu caro amigo, olha que com a inteligência que este governo apresenta, sobretudo alguns ministros e seus atentos servidores, é capaz de haver quem pense que falas sem qualquer ironia.
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