Da greve, importante arma na luta de classes, não se pode esperar o retorno imediato do esforço despendido. Não somos comandados pelo Santo Condestável absorto em orações, nem tampouco nos arrastamos no Santuário de Fátima rogando a solução dos nossos graves problemas.
A greve é um cerrar de fileiras, prova de esforço, aprofundar de consciências e, não o esperar domesticado assente em crenças ou mesinhas.
E eles sabem, são tudo menos estúpidos, pois que se o fossem, não manejavam argumentos que cavam fundo nos ideologicamente menos protegidos. Há um exército de sábios e doutores em politologia, economistas, sociólogos especialistas em ampliar a escuridão, ao serviço dos agiotas que nos arrastam para a mendicidade tão ao gosto das boas almas que nos exploram.
A Greve Geral foi de tal maneira grande que os mídia não a puderam ignorar. «PS, PSD e CDS compreendem o descontentamento» e os seus porta-vozes em todos os meios de intoxicação social, repetem à exaustão, que os trabalhadores têm razão mas o país está em maus lençóis e o momento não é o mais adequado para lhe fazer a cama.
A tónica dos sábios e doutores recai sobre a inutilidade deste esforço individual e colectivo. Todas as notícias vêm armadilhadas, fugindo às razões que motivaram o clamor dos que sofrem com esta política assassina. Noticiam que os “indignados” atacaram a Assembleia com garrafas de cerveja. Indignados andamos todos nós mas não fazemos da indignação um espectáculo que chame sobre nós a atenção e os projectores dos mídia. Eles sabem que nós levedamos o nosso mal-estar para o fortalecer e avolumar e nunca avançamos sem uma retaguarda forte e organizada. Eles sabem que o nosso céu é a terra firme em que assentamos um querer robusto onde se afirmam valores universais.
Eles sabem e não nos perdoam.
3 comentários:
Gostei muito deste post.
É bem evidente a hpocrisia e o descaramento com que os meios de comunicação comentaram a grandiosidade da Greve Geral, não a dissociando das provocações que todos sabemos de onde vêm.
Esta greve é um grande estímulo para a continuação da luta.
Um beijo.
Nós também não lhes perdoamos a fome,miséria,extorsão,mentira,exploração,porque acreditamos na igualdade e não em perdões.
Um abraço,
mário
E é esse saber que os incomoda...
Um abraço.
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