O Trampolineiro

Antes de iniciar as escrevinhações para os jornais de “referência”que lhes abrem os braços, as páginas e as pernas, assoma à janela, molha o dedo para se inteirar de que lado sopra o vento social e age em conformidade.

Sempre assim foi. Quando das primeiras eleições, encomendou uma sondagem. O povo queria o socialismo. E o trampolineiro, fez campanha, camisa de punhos arregaçados, casaco ao ombro, punho erguido e o socialismo atravessado nas amígdalas. Após atingir os seus objectivos engoliu a chave onde guardou o socialismo e até hoje mais ninguém a viu.

O matutino “Público”, hoje segunda-feira e após as manifestações de sábado, dá-lhe uma página inteira para se colar à revolta, como se ele e o PS nada tivessem a ver com o crime. (ver e ouvir aqui)

E ameaça lançando-se de verbo em riste contra as troikas: “O governo tem de se demitir porque se não for a bem – enquanto o “Povo é sereno” -, será a mal, com o povo indignado, como sucedeu no fim da monarquia…” e como se Sócrates tivesse fugido pelo bem que nos fez, repete o que viu nos cartazes da manifestação: “O Governo continua alegremente a roubar as pensões dos portugueses, que nunca pertenceram ao Estado, nem muito menos ao Governo, dado que anos a fio os portugueses descontaram para garantir o seu futuro e o dos seus filhos”.

Este é o mais qualificado especialista em surf  nas grandes vagas sociais e políticas.