segunda-feira, 30 de junho de 2014

“Com mais de 66 anos e poucos recursos”


A notícia refere que «esta prestação acompanha a tendência generalizada de queda nas prestações sociais, desde o Rendimento Social de Inserção aos apoios familiares.»

Fustigam-se criminosamente os indefesos, enquanto o Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, (ver post anterior) bárbaro instrumento desta política, se pavoneia pelos salões da alta burguesia.


domingo, 29 de junho de 2014

O Mota, cavaleiro

O Mota motard, ministro dos pobrezinhos, foi ordenado Cavaleiro da Ordem de Malta. O Mota da mota é cavaleiro. Seguiu todos os ritos medievais para chegar a esta cavalariça como qualquer cavalgadura. O Mota cavaleiro licenciou-se na Lusófona do Relvas. Para atingir o grau de Cavaleiro da Ordem Soberana Militar de Malta e admitido na Assembleia, como o Barreto Xavier da koltura, tem como obrigação fazer mais pobrezinhos.
Depois da burricada, acompanhados das consortes, os cavaleiros passaram à manjedoura, guardando um minuto de silêncio em memória dos que morreram, ou estão em desespero, devido à política criminosa que nos têm imposto.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O HOMEM SEM CHARUTO



Jurista, maçon, presidente da Comissão Política da Distrital de Lisboa do PSD, em 2002 é nomeado pelo Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso, Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, no XV Governo Constitucional. Presidente da Câmara de Oeiras, consultor e presidente de muitas outras cavernas e caverninhas.

O Isaltino foi posto ao fresco, mas continua em liberdade condicional, podendo deslocar-se de Trás-os-Montes ao Algarve, Açores, Madeira, Porto-Santo, Ilhas Selvagens, Ilha do Pessegueiro e Berlengas. Houve a preocupação de o libertar na época balnear para que se bronzeasse, sendo advertido que deve besuntar-se com bons protetores solares, dado que esteve à sombra alguns meses.

O Isaltino não roubou o suficiente. Tivesse ele pilhado um banco como fez Dias Loureiro, Conselheiro de Estado nomeado pelo seu compadre Cavaco Silva, e continuaria como muitos outros grandes crápulas do PS/PSD/CDS a rirem-se de nós. O erro crasso de Isaltino foi o de não ter agido em matilha, como fizeram os seus correligionários das Swaps e PPP, ou então estar ao serviço das multinacionais do crime organizado, como a Goldman Sachs, que tem mantido os seus homens de mão em postos chave do executivo.

Os individualistas são objetos frágeis, não arrastam consigo “personalidades” que os possam proteger.

Mesmo assim, o crime parece compensar, para todos os que não têm escrúpulos nem vergonha.

terça-feira, 24 de junho de 2014

O desprezo que nutrem por todos nós


O absurdo tolhe-nos o raciocínio; quando me deparei com esta fotografia, não atingi o seu significado, e ao tomar consciência do que se tratava, coloquei-me esta questão:
“até quando iremos permitir ser tão bestialmente desprezados?”
É com este menosprezo que somos tratados pela canzoada que nos desgoverna. Se não corrermos rapidamente com esta matilha, dentro em pouco, além do sacrifício a que nos sujeitam para obtermos a documentação indispensável, ainda seremos esbofeteados.

Esta imagem fere, envergonha-nos, é um insulto perpetrado por gente ignóbil, a imagem da escumalha que abocanhou o poder.

Não podemos continuar sujeitos a este arremedo de democracia que mais não é que o resvalar para a barbárie.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Pequenas joias

Aproxima-se o maior evento cultural do país, a Festa do Avante, e de entre muitas recordações surgiu-me este envelope concebido para a “Exposição Mostra Filatélica” no Vale do Jamor em 1977. Os CTT eram então uma empresa pública e marcou a sua presença obliterando os envelopes selados. 

Roubaram-nos os CTT, não o esquecemos continuando a lutar por ele.

A EP está à venda para a Festa de 2014

sábado, 21 de junho de 2014

Quando a honestidade intelectual...

se sobrepõe às diferenças ideológicas

 
São José Almeida  - Público 21/06/2014 - 00:01
Opinião
Marcar o território

O PCP cumpriu a sua missão política no presente e marcou o território para o futuro.

A ida do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, ao Palácio de Belém, para uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, onde pediu a demissão do Governo chefiado por Pedro Passos Coelho e a convocação de eleições, pode ter passado despercebida a muitos.
Muitos dos que nela repararam, podem ter achado estranho – e outros até pensado que era absurdo – o líder de um partido minoritário sentir-se com legitimidade para pedir a queda de um Governo eleito, mesmo tendo em conta que a coligação governamental do PSD e do CDS saiu derrotada nas europeias do mês passado.
Mas o acto político desempenhado pelo secretário-geral do PCP nada tem de absurdo ou de inusitado, antes é um sinal de coerência e também um sinal do empenhamento e da atenção com que os comunistas portugueses vivem o actual momento político.
O PCP saiu das Europeias com 416.925 votos e 12,69%, um resultado que estando abaixo dos 441.147 votos obtidos nas Legislativas de 2011, os quais apenas representaram 7,90%, ainda assim está acima dos 379.787 votos conseguidos nas Europeias de 2009, que representaram 10,64% dos resultados. Este ano, o PCP conseguiu deste modo eleger três deputados ao Parlamento Europeu contra dois que tinham anteriormente.
Para além de vencedor, o PCP sai destas eleições olhando para o lado e vendo o PS com uma vitória tangencial, que levou à abertura de uma disputa interna pelo poder partidário, e o BE em crise de desagregação acentuada pelo resultado das europeias, que determinou a redução de três para uma eurodeputada.
Mais. O desgaste do sistema político português e a corrosão da representatividade partidária aumentaram a desconfiança dos eleitores nos partidos do sistema parlamentar. O discreto MPT conseguiu eleger dois eurodeputados numa lista liderada pelo antigo Bastonário da Ordem dos Advogados, que se tem caracterizado pelo discurso desalinhado dos padrões tradicionais do sistema político português.
A vitória do PCP nas europeias é vivida pela sua direcção e pelos seus militantes de acordo com o padrão de referências deste partido. Um partido com identidade comunista, um partido que se mantém fiel à sua natureza de partido da classe operária e de todos os trabalhadores, que continua a caracterizar-se como revolucionário e internacionalista, que permanece leal à ideologia marxista-leninista, continuando a defender, assim, a construção de uma sociedade socialista, tendo como objectivo final o comunismo.
É este ideário e a capacidade de mantê-lo hoje, mais de duas décadas depois da queda do Muro de Berlim e do fim dos regimes comunistas de Leste, que faz do PCP um partido diferente e de certa forma único em Portugal e até na Europa. A singularidade do PCP assenta nas suas características de partido comunista mantidas intactas e até depuradas na última década, mesmo depois da morte do líder histórico Álvaro Cunhal.
Essa singularidade faz do PCP um partido anti-sistema dentro do sistema. Isto porque o respeito pela legalidade, pelo formalismo e pelo institucionalismo de Estado é uma questão de honra no PCP – e de sobrevivência até, já que ao mesmo tempo protege-se de ser institucionalmente desrespeitado ou posto em causa como partido do sistema. Foi assim desde a legalização do PCP após o 25 de Abril e é esse formalismo e e institucionalismo que nunca permitiu que fosse sequer aflorada a possibilidade de questionar a sua legitimidade dentro do sistema democrático.
Só que, sendo do sistema e estando no Parlamento, o PCP é um partido anti-sistema e no seu projecto tem como objectivo a superação revolucionária do regime democrata actual e a implantação de um regime socialista. É o desejo de atingir essa meta que enforma o seu perfil crítico e discursivo, que o torna na principal força anti-sistema do ponto de vista doutrinário. Mas também do ponto de vista formal, já que nas urnas, os seus eleitores expressaram apreço pela atitude política e o perfil crítico e oposicionista do PCP.
Ora, perante este eleitorado, o seu eleitorado, o PCP fez na segunda-feira o que tinha de fazer. Agiu em consonância com os seus compromissos perante os seus apoiantes e no respeito estrito do formalismo institucional do sistema político português. Foi ao Palácio de Belém, dirigindo-se ao mais alto órgão de soberania da hierarquia do Estado, o Presidente da República, para transmitir aquilo em que se especializou e com que o seu eleitorado se identifica, a saber, que este Governo e esta política não servem.

Assim, cumpriu a sua missão política no presente e marcou o território para o futuro.

(Que o jornal Público me perdoe)