segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Festa do Avante - faltam 3 dias


Não é Festa pela festa
É afirmação de um Partido
É a ligação à vida e ao Povo
É o Partido Comunista Português


É o encontro com a Cultura


É a fraternidade activa

Os anticomunistas militantes de raivazinha seca vão sugando a bílis.
Bom-proveito!



quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Três bêbados e um discurso

“As gripes de verão são como certas maiorias absolutas, chegam não se sabe como, sofremo-las e vimo-nos aflitos para nos livrarmos delas”

(Pensamento entre dois espirros marca AH1N1.)

Na Azinhaga do Asno nem todos são burros, mas bêbados há pelo menos três. Não têm mau vinho, e a seu gosto escolhem os diferentes modos de se emborracharem, como é de rigor a uma democracia que se preze. Cada qual gosta do que gosta, ninguém tem nada com isso.

À mesa da tasca a conversa é de lamentações; mesmo os que bebem para esquecer não conseguem olvidar alguns dos seus problemas.

O bem enfarpelado queixa-se que o gelo no whisky lhe causava soluços. O bebedor de cerveja confessa que passou a enfrascar-se com “minis”, porque o médico o aconselhou a beber menos. O terceiro tem um grande desgosto em não saber a razão porque gosta só do tinto.

Os três comparsas olharam de soslaio para a televisão e assistiram à entrada em cena de um senhor muito bem penteado, e escanhoado a preceito, sentado a uma mesa que mais parecia um espelho, tendo à sua direita, entre outras, a bandeira portuguesa.

O bebedor de “minis” pensou que iam tocar o hino nacional e tentou pôr-se de pé sem resultado; o que só bebia tinto disse que era um reclame ao produto mágico que põe as mesas a brilhar; o do whisky achava que era publicidade sim, mas à brilhantina ou às lâminas e pincéis para a barba.

A câmara fez um grande plano do actor, este esboçou um sorriso complacente, deu as boas noites como qualquer um dos nossos vizinhos com quem não estivéssemos zangados, gentileza a que todos responderam educadamente, e cumpridas estas primeiras e primárias formalidades o homem foi directo ao que ali o trouxera:

“Caros amigos. Quando for Primeiro-ministro...”

Não conseguiram ouvir mais nada. A Dona Arminda armou um chinfrim com o peixeiro, um escarcéu de tal ordem que o esganiço da sua voz enchia a Azinhaga:

“Aldrabão! Vigarista! Vai levar mas é...”

O patrão da tasca, com o cabo da vassoura aumentou o som do televisor, ouviu-se ainda “maioria absoluta” mas o penteadinho não conseguia abafar a Dona Arminda.

“Isso querias tu.” Gritava; “apregoas vivinha-da-costa e só vendes peixe podre. Levas com uma solha no focinho que nunca mais apareces aqui na Azinhaga”.

O carteiro, acabado de chegar, tranquilizou-os dizendo-lhes que logo a seguir, e em vários telejornais os analistas iriam comentar tudo, e ensinar-nos como deveríamos compreender o que o homem estava dizendo.

Que não estivéssemos preocupados; que qualquer imbecil iria entender; que os senhores da televisão sabiam que havia muita gente bêbada e parva e por isso gastavam muito dinheiro para mandar explicar tudo muito bem explicadinho, não houvesse alguém que ousasse contestar o que afirmava sua excelência.

Mais tranquilos os três amigos foram dissertando sobre o pouco que ouviram. No entender do “Minis” todos os primeiros-ministros, tal como os primeiros-sargentos deviam usar farda, boné e galões para se distinguirem dos segundos e terceiros ministros.

O senhor do whisky estava apreensivo. Encomendou uma “água das pedras” e disse aos seus companheiros que tudo o que é absoluto é preocupante, principalmente quando se trata de poder absoluto ou de maiorias absolutas, onde se constrói o absolutismo em que os governados deixam de ser ouvidos.

Os outros não compreenderam lá muito bem, mas solidários preocuparam-se também.

Os analistas e comentadores encarregar-se-ão do resto.

O penteadinho terminou a arenga, despediu-se e saiu de cena enquanto os três em uníssono arrotavam.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Festa do Avante - faltam 9 dias

1983


Trabalho - criatividade - solidariedade


fazer a Festa é a nossa festa

Os portugueses são muito poupaderos

«Os portugueses aplicaram, no primeiro semestre deste ano, em produtos financeiros sediados em off-shores 6,1 mil milhões (6,1 MIL MILHÕES…) de euros.» Os dados são do Banco de Portugal.

A notícia surge-nos assim sibilina, matreira, implicando cada um de nós no esbulho praticado por alguns.

Para Nogueira Leite, ex-secretário de Estado do Tesouro de António Guterres, o acréscimo da saída de capitais para off-shores não é mais que a constatação de que «o rendimento das pessoas que estão empregadas aumentou muito este ano, por causa da subida dos salários e pensões, da descida de juros e da inflação muito baixa. As pessoas estão a poupar mais».

«O rendimento das pessoas que estão empregadas aumentou muito este ano por causa da subida dos salários e pensões!...». Os portugueses, sempre levianos, não se deviam ter apercebido destas subidas, mas o Nogueira Leite sempre atento, não deixou escapar esta distracção. Esta gentalha ou canalha o escumalha ounão tem remédio.

“As pessoas…” estão a poupar mais e vão a correr colocar o seu porquinho no primeiro off-shore ao virar da esquina.

O aumento da saída de dinheiro para off-shores ocorre numa altura em que Portugal se encontra a braços com uma grave crise económica tendo o desemprego ultrapassado há muito o meio milhão e o crédito malparado na Banca vai muito além dos sete mil milhões.

A TSF, com base no relatório de Agosto do Banco Central, refere que o montante aplicado em off-shores chegaria – e sobraria – para construir um novo aeroporto e a terceira travessia sobre o Tejo.

Os portugueses são assim muito poupaderos com alguns canalhas à mistura.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

FESTA do AVANTE! 1982







1982

Uma Festa molhada. Esse fim de semana não foi poupado pela chuva, que acabou prejudicando os espectáculos. As organizações, porém, vinham com ideias novas, novas maneiras de mostrarem o País ao visitante. E o Poder Local, com uma exposição central e várias regionais, mostravam a consolidação do trabalho autárquico democrático e historiavam a tradição municipalista portuguesa. Dois auditórios, um com teatro e folclore, outro com debates, a construção de um Polivalente desportivo, permitiram numerosas realizações.

A DEMOCRACIA DOS INDECISOS


“O homem é a consciência que tem dos seus passos.”
Miguel Torga

Os que andam ao sabor da vaga e por temor dizem a tudo: sim senhor! Os que não sabem se sim se não e que, na altura de votar, ficam com o lápis na mão, tirando cara ou coroa para libertar a decisão. Esses são os que, nos momentos cruciais, colocam no prato da balança a governação. Digam que não!

Depoisdepois berram: aqui-del-rei! Tirem-me do vagão dos disponíveis, não tenho nada a ver com isto; que sim e que não; quer dizerpois claro; não tem de quê, ora essa!

Pobres distraídos que apanham sempre o comboio sem reparar no destino, ficando atarantados quando se apeiam na Campanhã convencidos que chegaram à Gare do Oriente.

São os que advogam que os burros não mudam, que a democracia é isso mesmo, um carrossel com música barata para embalar vacilantes ao sabor da inércia, gente que voga na imponderabilidade das suas convicções.

É menos cansativo deixar-se ir na corrente do que fazer face à enxurrada de slogans e meias verdades que nos submergem de dejectos e lodo.

Convicções?… Quais convicções! Ao sabor do vento, assim, livres como os passarinhos. Que bonita imagem, enquanto não lhes caiem as penas.

Às ortigas o idealismo, viva a mediocracia; assim rotineiros e mansos, levados pelo baraço de ideias feitas para o redil ou circo, onde se divertem como palhaços sem qualidade ou equilibristas trapaceiros.

Atentos à inquisição mediática e seus dilectos vassalos, aprestam-se a lançar na fogueira tudo o que não reflecte a sua baça imagem. Enfermos de uma forte anognosia social, acarinham ciclicamente os que não cumpriram com as promessas feitas e os maltrataram com desvergonha e escárnio.

São gozados e disso não se apercebem, ou pior ainda, não se importam: a dignidade está-lhes nas solas dos sapatos. Temerosos, seguem cautelosos a própria sombra, nãopor enfado, deles se apartar nalguma bifurcação.

E porque não têm capacidade para pensar nos outros e, muito menos, para com eles se preocuparem, quando lançados na valeta entram em pânico por lhes faltarem as muletas que suportam o seu egoísmo e a bem-aventurada ignorância.

Os indecisos são seres rotineiros que encontram o seu equilíbrio na órbita de qualquer sistema com o qual se confundam.

Assim, se uma chispa rompe a escuridão, soltam-se os cães, procurando o incómodo que ousou apontar para o rei e repetir pela enésima vez que “vai nu!”.

Uma verdade simples, inócua, que não procura mais que evitar que sua majestade apanhe um resfriado ou gripe, ou ainda, quem sabe, alguma pneumonia.

De punho erguido gritamos: “o rei vai nu!”

Não estão a ver!?…


(já publicado em "cheira-me a revolução...)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Festa do Avante! - preparem-se!


1981

1981

A
exposição dos 60 anos do Partido dominava. Era também, o ano do 50.° aniversário do Avante!. A III Bienal, entretanto, abria com a participação de 200 artistas e homenageava Cipriano Dourado. Outras homenagens - a Fernando Lopes Graça, a José Gomes Ferreira. Novidade foi o desfile das Marchas Populares dos bairros de Lisboa, no recinto da Festa






quarta-feira, 19 de agosto de 2009

As opiniões do BE

Público 19/8/09

A pequena burguesia apresta-se às maiores cambalhotas para como prémio dos seus serviços chegar à prateleira do poder. O oportunismo descobre razões

"que a razão desconhece".

«o país tem, simplesmente, opiniões diferentes -- e mais do que uma ou duas. Não podendo valer todas o mesmo, terão de encontrar maiorias e equilíbrios entre si.»

Estes equilibristas são antológicos

Não há interesses mas opiniões e muito menos interesses de classe.
O Belmiro tem a sua opinião e o contratado a prazo tem outra.


E a gargalhada surge neste mimo saído do bestunto deste cronista que já deixaram de referir como sendo "deputado ao Parlamento Europeu pelo Bloco de Esquerda"

«E esta, mais do que uma simples previsão, é algo por que valeria a pena lutar -- não só à esquerda, mas também ao centro e à direita»

Todos ao molho e fé em Deus!



Depois venham-me dizer que não se estão fazendo ao tacho!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Festa do Avante! - faltam 16 dias

Para nós, Festa é fazer a Festa.

Avante 1980

Sei que estás em festa, , tanto mar, tanto mar... O mar não foi tanto que a voz de Chico Buarque não chegasse à Ajuda, vibrando comovidamente com a multidão que o acompanhou... Outras vozes entravam na Festa pela primeira vez, como a voz inesquecível de Zeca Afonso. E as de Adriano, Fausto, Luísa Basto, Sérgio Godinho. Vozes portuguesas numa Festa que homenageava Camões no quarto centenário da morte do Poeta. Na Cidade da Juventude, os sons do jazz, que vinham de várias partes do mundo. A exposição de etnografia, organizada por Giacometti, é uma das memórias que perduram desse ano.