terça-feira, 29 de setembro de 2015

Portugal e a “peste grisalha”

 


Se um carteirista furta uns cobres a um idoso é ladrão, sujeitando-se a ser agredido e preso, mas se o Estado se apropriar dos impostos de todos nós incluindo os dos idosos e não os devolve em serviços sociais, não é “generoso”.

Foi Óscar Lopes quem na Cooperativa Piedense nos advertiu e enfatizou que “as palavras são armas”, e desde então, década de sessenta, fiquei atento aos embustes que cada palavra pode transportar. Generoso é um termo de grande beleza desde que não venha envenenado, como é o caso. Roubar e não devolver o furto, não é crime mas falta de generosidade. PS/PSD/CDS não têm sido generosos para com a denominada “peste grisalha”, definição de idoso por um deputado do PSD.

Tiro certeiro



Pedro Filipe Soares, e se te deixasses de merdas?
segunda-feira, 28 de setembro de 2015 - Publicado por Lúcia Gomes

O que terá passado pela cabeça de Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, para inaugurar, a uma semana das eleições, a deriva contra o PCP, não sou capaz de dizer, mas posso tentar adivinhar.

Em todo o caso, estou certa de que esta deriva não é acompanhada pela maioria dos activistas e apoiantes do BE, que, naturalmente, estarão bem mais preocupados em dar combate à política de direita e aos seus protagonistas e não ao PCP.

Segundo o Expresso, Pedro Filipe Soares, o líder parlamentar do Bloco deu «alfinetadas» ao PCP ao lembrar que a reduzida bancada do BE na Assembleia da República precisou da assinatura de mais deputados para submeter ao Tribunal Constitucional a apreciação de um diploma sobre cortes de pensões e subsídios de férias. “Levámos a tampa do PS e levámos a tampa do PCP”, afirmou Pedro Filipe Soares.

Pois é, Pedro, já se estranhava a ausência do piquinho do BE, não era? Falta de rigor (como, por exemplo, lançar listas de apoiantes onde constam presidentes de sindicatos que já não o são), alguma desfaçatez (o assobio para o ar constante) e o contar das coisas pela metade. Pela metade não, nem por ¼, porque sobre as tampas e os erros do BE, há muito por dizer, não achas, Pedro?

Por exemplo, Pedro, podias falar da tampa que levaste do PCP mas não do PS, nem do PSD, nem do CDS, quando o BE fez aprovar, na Assembleia da Republica, o memorando da troika à Grécia e contra o povo Grego. Lembras-te, Pedro?

Também podias ter lembrado a tampa que  PCP, mas não do PS, nem do PSD, nem do CDS,  quando o BE com o seu voto apoiou a ruinosa decisão de nacionalizar os prejuízos do BPN e deixar intocáveis as empresas rentáveis do grupo que o detinha. Lembras-te, Pedro?

Também podias falar da tampa que levaste do PCP quando, com a abstenção “violenta” (que até parecia que se estava a preparar para votar a favor) do BE,o governo foi ilibado das suas responsabilidades nas conclusões da comissão de inquérito do BES, deixando o PCP sozinho no voto contra e a levar tampa de todo o lado.

Também podias falar da tampa do BE ao PCP, quando o PCP andou meses (desde 5 de Abril de 2011) sozinho a exigir a renegociação da dívida e que só alguns meses depois o Bloco passou a defender, e inicialmente de forma tímida, aquilo que designava de “reestruturação” da dívida.

Sobre o pedido de inconstitucionalidade, Pedro, sabes bem que foi uma tampa merecida. Sabes dos riscos e das consequências práticas da iniciativa em curso, e sabes bem porque foste alertado para tal – incluindo pelo PCP, Pedro! Sabes também que a iniciativa que teve o BE com o PS (ou a iniciativa de deputados do PS com o BE?), abriu as portas para que os cortes não fossem só para os trabalhadores da Administração Pública mas sim para todos os trabalhadores, ou não te lembras disto, Pedro?

Ou da tampa que levaste do PCP sobre o trabalho temporário, que o BE quis legitimar através da regulamentação e agora... pois, é tudo temporário, não é?

Tens mesmo a certeza que é destas tampas que queres falar, Pedro? Não seria melhor concentrares-te no importante, no ataque às políticas de direita? Já sabes que o PCP é consequente, independentemente das conjunturas, de epifenómenos políticos, de guerras de egos e não vai deixar de dar tampas quando essas tampas protejam os interesses de quem o PCP representa: os trabalhadores e o povo.

Vá, Pedro, deixa-te lá de merdas.

Publicado por Lúcia Gomes

sábado, 26 de setembro de 2015

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

MIL PALAVRAS, ou PALAVRÕES?




Uma imagem vale por mil palavras? É corrente afirmar-se que sim. Assim sendo, quantas palavras contém esta imagem da campanha eleitoral em curso num matutino dito de referência? Não se trata de uma fotografia destinada a uma exposição ou concurso fotográfico, mas sim a de um candidato a primeiro-ministro (ou será que só o PS e o PSD constitucionalmente podem ter primeiros-ministros?) de uma coligação que democraticamente não pode nem deve ser achincalhada.
«Mas nunca saberemos qual seria a configuração do novo Parlamento depois de 4 de Outubro se a Constituição fosse cumprida, isto é, se as eleições fossem verdadeiramente democráticas e todas as candidaturas tivessem tido “igualdade de oportunidades” para se darem a conhecer e às suas propostas.» Publicado em 18/9/2015  Prof. Doutora Maria Estrela Serrano.
É isto, preto no branco: «se a Constituição fosse cumprida» e os media, propriedade dos que manejam a dupla candidata a primeiro-ministro, não apostassem nesses muares emparelhados à carroça que lhes enche a mula.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

NUNCA, NUNCA MAIS!


Passos Coelho, Santarém 19/9/2015


Nunca a desvergonha foi tão atrevida; nunca o embuste se pavoneou tão à-vontade; nunca alguém se atreveu a fazer da falsidade uma bandeira; nunca a impostura se havia tornado cartaz com tamanha dimensão e despudor; nunca o engano saiu à rua como porta-estandarte da verdade. Que nunca, nunca mais, a falsidade, a perfídia ou embuste sejam poder, a impostura a intrujice ou o logro se tornem lei, que a patranha a fabulação ou a fraude nos governem ou a farsa suba ao pódio e seja aplaudida e louvada.

NUNCA, NUNCA MAIS!