sábado, 21 de novembro de 2020

UM LIVRO AO DOMINGO: Le Fil Rouge

No 1º de maio de 1904, Aristide Landini, que ainda não tinha catorze anos, manifestou-se contra o conde de Torniella na Toscana. Torniela queria apoderar-se das terras comunais essenciais aos camponeses. Preso, o adolescente é encerrado na sinistra prisão de Roccastrada. É essa rejeição à opressão que o tornará revolucionário para sempre.

Antimilitarista, desertor da Primeira Guerra Mundial («esta guerra é a dos mercadores de canhões»), foi condenado e preso, sendo amnistiado em 1919 como milhares de outros desertores italianos. Perseguido pelas hordas fascistas devido ao seu compromisso político muito vermelho, foge para França com a mulher e filhos.

Os caminhos do exílio levam-los  à Provença, onde encontram outros exilados toscanos com os quais compartilham uma vida de solidariedade e fraternidade. Durante os anos 30 a sua casa era a de todos os refugiados, italianos, alemães ou espanhóis. A mesa da “mamma” é a de todos os clandestinos. Entre risos e canções, todos se lançaram com otimismo e generosidade em todas as lutas: A Frente Popular, os acordos de Munique, a Guerra Civil Espanhola e, finalmente, como é evidente, em 1940, na Resistência. Será que Aristide e os filhos Roger e Léo sobreviverão às garras sangrentas das polícias francesa, italiana e alemã?

Fantástica saga familiar, que percorre mais de um século de história, repleta de humor e sensibilidade, revisita todos os acontecimentos da primeira metade do século XX através do quotidiano de uma modesta família de origem estrangeira, vinda em buscar de refúgio no único país do mundo onde as palavras “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” estão inscritas nos frontões dos edifícios públicos e pelas quais esses imigrantes se dispuseram a sacrificar a vida.

 

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