«O grande escritor
português José Saramago, ao visitar o Chile poucos anos depois do regresso à
tímida e temerosa democracia, ainda sob a tutela de Pinochet, disse: “Aqui
os mortos não estão mortos e os vivos não estão vivos”. Todos os anos,
quando chegava setembro, acendendo milhares de velas em todos os cantos do
Chile para homenagear os caídos, eu pensava novamente naquela frase, que na
minha opinião explicava o que estava acontecendo no país melhor do que centenas
de livros de análise e crítica social, boa e má.
Colocam flores e
buquês nos túmulos das vítimas da ditadura, observam os correspondentes minutos
de silêncio, derramam lágrimas de crocodilo e, poucas horas depois, continuam
os negócios económicos e políticos com os seus parceiros Pinochetistas. Acho
que isto foi o que Saramago devia ter visto para dizer aquela frase.»
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Oleg
Yasinsky 11 de septiembre de 2023
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