A partir de 15 de Setembro, os desempregados que queiram abrir umnegóciovãopoderaceder a umprograma de apoio do Governo. Ao todo, são duas linhas de crédito, no valor de cemmilhões de euros. O Governo acredita que, com esta medida, vai serpossível criar duas mil e setecentas empresas e quatromil e quatrocentos postos de trabalho
170 mil desempregados não recebem subsídio.
O combustívelparafazerempresários
Está desempregado? Não desespere! Monte a suaprópriaempresa, seja o seuprópriopatrão, nós damos-lhe o apoionecessáriotalcomo fizemos à empresaque o despediu e se deslocalizou.
Seja umempreendedor de sucesso, gerente da suaprópriaoficina, conduza os seusnegócios. Liberte-se! Empoucosminutos, ajuda-mo-lo a oficializar o seunovoestatuto de empresário. Vá à NET e consulte “empresa na hora”, onde será encaminhado por uma mãoamiga. Pode formar a suaempresaatravés das páginas WEB criadas para o efeito, escritóriosvirtuaiscomalojamentogratuitoon line. Abrimos-lhe as portas do futuro, melhor dizendo, os portões da felicidade.
Paraformação dos novosempresários e englobado no “pacote anti-crise, organizam-se seminários, conferências, cursosabertosouworkshops (é tão snob estar num workshop)comdoutores, psicólogos e muitosoutrospatuscosque se pavoneiam nesses espectáculos que os sustentam.
Aí se estabelece o perfil do pequenoempreendedorou se encaminha o candidatopara as “novasoportunidades”, umoutroembustequenãopassa de umentretenimentopassageiro.
Fazem crerque é maisfácilserempresárioqueobterumemprego e, repetida a ideia à exaustão, até há quem acredite.
Há malesque vêm porbem: ficou semtrabalho, mas foi promovido a patrão. Abra umcafé ao lado daquele caféque abriu emfrente ao caféque faliu. Seja criativo. Sim, criativo! Neste casonão o podemos ajudar, a criatividade terá de sermesmosua. Está, pois, de mãoslivres e menteaberta, podendo dar largas à imaginação. Nós, governantes, estamos incondicionalmentedisponíveisparalhedarassistência.
“Empresaagora e na hora da nossamorte…”. Desculpem, esteparágrafo é fruto de umerro informático.
Viva e beneficie da modernidade e das oportunidadesquelhe oferecemos; a sociedade mudou e os horizontes alargaram-se. Não seja careta, lembre-se que vive, desde o Homo Sapien,s o mais apaixonante momento da históriaonde o tempo cavalga a virtualidade. Tãolindo, não é?
O desempregado que é potencialmenteumempreendedor - expressãomuitoemvoga - não deve empreender, cismarsobre a suacondição de excluído, nem deve darouvidos aos sépticosque lembrando Garrett perguntam: “Quantos desempregados sãonecessáriosparafazerumpequenoempresário?” Lembre-se quemais de 2300 desempregados criaram as suas próprias empresasem 2007, desconhecendo-se quantosjá abriram falência, sabendo-se aindaque o InstitutoNacional de Estatística (INE) reconhece quesãojá 635 mil os desempregados e que chegam a entrar no desemprego mensalmentecerca de 43 mil.
Ficarsemtrabalhonão é uma fatalidade; é, sim, talcomo afirmou umceleradogovernantequenão chegou a serpreso: “umestado de espírito”.
O combustívelquealimenta a máquina de fazer os pequenosempresários, engenhotão publicitado pelosgovernantes, é impostopeloneoliberalismoque os governos aplaudem, e denomina-se: desempregados.
O degrauque os promove a patrão está ao nível do patamaronde se encontram os desempregados.
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