terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O combustível para fazer empresários

Governo cria linhas de crédito para desempregados

A partir de 15 de Setembro, os desempregados que queiram abrir um negócio vão poder aceder a um programa de apoio do Governo. Ao todo, são duas linhas de crédito, no valor de cem milhões de euros. O Governo acredita que, com esta medida, vai ser possível criar duas mil e setecentas empresas e quatro mil e quatrocentos postos de trabalho

170 mil desempregados não recebem subsídio.


O combustível para fazer empresários

Está desempregado? Não desespere! Monte a sua própria empresa, seja o seu próprio patrão, nós damos-lhe o apoio necessário tal como fizemos à empresa que o despediu e se deslocalizou.

Seja um empreendedor de sucesso, gerente da sua própria oficina, conduza os seus negócios. Liberte-se! Em poucos minutos, ajuda-mo-lo a oficializar o seu novo estatuto de empresário. Vá à NET e consulte “empresa na hora”, onde será encaminhado por uma mão amiga. Pode formar a sua empresa através das páginas WEB criadas para o efeito, escritórios virtuais com alojamento gratuito on line. Abrimos-lhe as portas do futuro, melhor dizendo, os portões da felicidade.

Para formação dos novos empresários e englobado no “pacote anti-crise, organizam-se seminários, conferências, cursos abertos ou workshopstão snob estar num workshop) com doutores, psicólogos e muitos outros patuscos que se pavoneiam nesses espectáculos que os sustentam.

se estabelece o perfil do pequeno empreendedor ou se encaminha o candidato para as “novas oportunidades”, um outro embuste que não passa de um entretenimento passageiro.

Fazem crer que é mais fácil ser empresário que obter um emprego e, repetida a ideia à exaustão, atéquem acredite.

males que vêm por bem: ficou sem trabalho, mas foi promovido a patrão. Abra um café ao lado daquele café que abriu em frente ao café que faliu. Seja criativo. Sim, criativo! Neste caso não o podemos ajudar, a criatividade terá de ser mesmo sua. Está, pois, de mãos livres e mente aberta, podendo dar largas à imaginação. Nós, governantes, estamos incondicionalmente disponíveis para lhe dar assistência.

Empresa agora e na hora da nossa morte…”. Desculpem, este parágrafo é fruto de um erro informático.

Viva e beneficie da modernidade e das oportunidades que lhe oferecemos; a sociedade mudou e os horizontes alargaram-se. Não seja careta, lembre-se que vive, desde o Homo Sapien,s o mais apaixonante momento da história onde o tempo cavalga a virtualidade. Tão lindo, não é?

O desempregado que é potencialmente um empreendedor - expressão muito em voga - não deve empreender, cismar sobre a sua condição de excluído, nem deve dar ouvidos aos sépticos que lembrando Garrett perguntam: “Quantos desempregados são necessários para fazer um pequeno empresário?” Lembre-se que mais de 2300 desempregados criaram as suas próprias empresas em 2007, desconhecendo-se quantos abriram falência, sabendo-se ainda que o Instituto Nacional de Estatística (INE) reconhece que são 635 mil os desempregados e que chegam a entrar no desemprego mensalmente cerca de 43 mil.

Ficar sem trabalho não é uma fatalidade; é, sim, tal como afirmou um celerado governante que não chegou a ser preso: “um estado de espírito”.

O combustível que alimenta a máquina de fazer os pequenos empresários, engenho tão publicitado pelos governantes, é imposto pelo neoliberalismo que os governos aplaudem, e denomina-se: desempregados.

O degrau que os promove a patrão está ao nível do patamar onde se encontram os desempregados.


Sem comentários: