Primeiro destruíram a reforma agrária,
mas eu não me importei
porque não era nada comigo.
Em seguida fecharam grandes complexos industriais,
mas a mim não me afectou
porque não era operário.
Depois pagaram para abater a frota pesqueira,
mas também não me importei
porque não era pescador.
Logo a seguir, já de mãos livres,
promulgaram leis que facilitam os despedimentos
e estou desempregado.
Só agora me apercebi
que a fome me entrou em casa
porque deixámos de produzir.
2 comentários:
Excelente! E oportuno!
Vou colocá-lo no face.
Abraço.
Que poema tão bem"cucado" como diz o Sérgio Ribeiro e muito oportuno.
Um beijo.
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