segunda-feira, 2 de abril de 2018

É isto o que resta do famoso “espírito do Ocidente”?

Alfredo Barroso

02/04/2018

O "espírito do Ocidente", os EUA, a Nato e a Rússia

Independentemente da gravidade do atentado, a primeira-ministra britânica agarrou-se a ele como lapa à rocha, apelando à solidariedade dos EUA, EU e NATO para o que só pode ser uma incrível escalada no clima de "guerra fria" que o Ocidente pretende instalar de novo.

O que resta do famoso “espírito do Ocidente”? A terrível “guerra química” que os Estados Unidos da América levaram a cabo no Vietname entre 1965 e 1975, arrasando florestas e sementeiras e matando mais de um milhão de seres humanos com napalm e o horrível agente laranja, porventura por considerarem que os pequenos asiáticos que acabaram por os derrotar pertenciam a uma raça inferior? A intervenção da NATO nos Balcãs e o cobarde bombardeamento de Belgrado, na década de 1990? A invasão e ocupação do Afeganistão pelas forças da NATO em 2001, que já dura há 17 anos? A invasão e destruição do Iraque, em 2003, por forças dos EUA e do Reino Unido (a mando de Bush Júnior e Tony Blair), acolitadas e apoiadas por “aliados” (como o Portugal de Durão Barroso, Paulo Portas e Martins da Cruz), que provocou seguramente várias centenas de milhares de mortos e desestabilizou por completo o Médio Oriente? O bombardeamento e destruição da Líbia, a coberto da NATO, em 2011, pelos aviões e os mísseis dos EUA, Reino Unido e França (a mando de Barack Obama, David Cameron e um Nicolas Sarkozy agora sob suspeita de ter sido corrompido por Muammar Kadhafy)? A intervenção militar das potências ocidentais e incitamento e apoio à rebelião na Síria, a partir de 2014, que fortaleceram a Al-Qaeda e, sobretudo, deram origem à criação do Estado Islâmico, hoje mais conhecido por Daesh, (armado até aos dentes, directa ou indirectamente, pelas potências ocidentais e por Israel)? É isto o que resta do famoso “espírito do Ocidente”? 
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