segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Uma questão de fundo

É ridículo falar de eleições livres com comunicação “social” privada.

 

Imagem e texto de João Pedro Mésseder colhido no facebook

«AUTOCENTRAÇÃO, NARCISISMO, TOXICIDADE

Uma coisa que ainda gostava que alguém me explicasse: como é que o nosso jornalismo autocentrado, narcisista e tóxico (falo sobretudo do televisivo, mas podia em boa parte alargar a adjectivação aos jornais ditos de referência) consegue cobrir uma campanha autárquica e um acto eleitoral autárquico, pouca referência fazendo à essência destas eleições: os problemas locais? Preocupando-se, acima de tudo, em abordar questões de governo nacional, questões de liderança partidária e correlativas. E interessando-se, na noite eleitoral, unicamente em saber quem ganhara ou perdera as eleições (como se essa asserção fosse possível - vão dizer aos de Silves ou de Santa Maria Maior e Monserrate ou de Darque ou de Ponte de Lima que quem ganhou as eleições foi o PS ou o PSD e ele responder-lhes-ão à maneira). Isto para não falar da exploração intolerável das sondagens manipuladoras - e mais uma vez erradas. (E, por amor de Deus, não me venham justificar-se com a incidência «local» dos debates televisivos, que é coisa no mínimo ridícula.)

Este jornalismo cada vez menos democrático e menos plural, mais e mais o faz aproximar-se da «mídia» brasileira (para recorrer ao termo dos nossos irmãos do outro lado do Atlântico), nomeadamente no período do ‘impeachment’ golpista da presidente Dilma Rousseff.»

1 comentário:

Olinda disse...

Já em 1956,Palmiro Togliatti dizia:"(...)Nas eleições,entra em acção um sistema múltiplo de pressões,intimidações,limitações,falsificações,artifícios legais e ilegais que falsificam e limitam bastante a expressão da vontade popular(...)".
Se alguma coisa mudou,desde então,foi para pior.Abraço