Ilustração que não resisti em surripiar a Fernando Campos cujo trabalho muito admiro.
“A utilizaçãosistemática das sondagens e a sua retoma pelosgrandes medias intimidam as pessoas, culpabilizando-as de não pensarem “como deve ser”. O debate é escamoteado e a democracia desfigurada.”
E Emmanuel Souchier et Yves Jeanneret continuam:
“O usoselvagem das sondagens esvaziou o debatepolítico, eclipsou os programas, dissolveu a fidelidade, baniu a vontade. Entretanto o homempolítico orienta as suasescolhas e inflecte a sua acção emfunção dos gráficos de popularidade. A opiniãoreinante é legitimada sob a capa da ciência.”
E os doisjornalistas interrogam-se:
“A democracia pode satisfazer-se com esta demagogiatecnocrática?”.
“Maisseguroque o controlo dos comportamentos é a drogadoce: “A “repetição” da sondagem “estabelece a tirania” e esvazia a vidapolítica dos seuscompostosessenciais”.
E concluindo uma análiseimpossível de sintetizar:
“Tornada mediamétrica, a democracia deverá fatalmente tornar-se numa mediocracia?”.
Noutra recente publicação “Élections et Télévision”umgrupo de especialistas coloca e responde a estas questões:Como é que no decurso de uma campanhaeleitoral se articulam três temíveis técnicas de manipulação: televisão, sondagens e publicidade, e qual o papelquedesempenha o dinheiro neste triunvirato?”.
Sondagens, antolhos para o nossodescontentamento, chocas para conduzirem a nossaraiva ao abate, diluente do espíritocríticoque se esvai.
3 comentários:
Muito bem. Com que raiva eu as tenho lido. Abraços.sp
bem falado!
Já me fartei das sondagens...aliás nunca fui "sondado".
abraço do vale
(vim aqui através do anónimo sec XXI)
Meu caro,
A “repetição” da sondagem “estabelece a tirania” e esvazia a vida política dos seus compostos essenciais”.
Disse tudo, não tenho mais nada a acrescentar...
Um abraço
Enviar um comentário