quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A farsa do Orçamento


Surripiei esta imagem. Se o Papa é perdoado por crimes tão graves

A farsa do Orçamento

Os bonecreiros de hoje não nos chegam de barraca de pano ao ombro. Os neo-bonecreiros apresentam os seus fantoches em todos os canais de televisão, têm acesso à imprensa dita de referência e as rádios abrem-lhes o espaço hertziano sempre que o desejem.

A “Farsa do Orçamento” representada por dois fantoches que amedrontam ou fazem rir o publico é despejada nas fossas mediáticas sem ter em conta a salubridade que se impõe.

O happy end está garantido.

Depois das mocadas vêm os abraços e os beijinhos.

Como diz O’Neill «prefiro os bonecos de cachaporra».


TOMA TOMA TOMA


Ainda prefiro os bonecos de cachaporra,

contundentes, contundidos, esmocados,

com vozes de cana rachada e um toma toma toma

de quem não usa a moca para coçar os piolhos,

mas para rachar as cabeças.

O padreca, o diabo, a criadita,

o tarata, a velha alcoviteira, o galã

e, às vezes, um verdadeiro rato branco trapezista,

tramavam para nós a estafada estória

da nossa própria vida.

Mundo de pasta e de trapo

que armava barraca em qualquer canto

e sem contemplações pela moral de classe

nem as subtilezas de quem fica ileso

desancava os maus e beijocava os bons.

Ainda prefiro os bonecos de cachaporra.

Ainda hoje esbracejo e me esganiço como esses

matraquilhos da comédia humana.

Alexandre O’Neill


Posted by Picasa

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Obrigada e parabéns por esta armas.

Um abraço brande.

Graciete Rietsch disse...

Nõ é brande é grande.