Surripiei esta imagem. Se o Papa é perdoado por crimes tão graves…
A farsa do Orçamento
Os bonecreiros de hoje já não nos chegam de barraca de pano ao ombro. Os neo-bonecreiros apresentam os seus fantoches em todos os canais de televisão, têm acesso à imprensa dita de referência e as rádios abrem-lhes o espaço hertziano sempre que o desejem.
A “Farsa do Orçamento” representada por dois fantoches que amedrontam ou fazem rir o publico é despejada nas fossas mediáticas sem ter em conta a salubridade que se impõe.
O happy end está garantido.
Depois das mocadas vêm os abraços e os beijinhos.
Como diz O’Neill «prefiro os bonecos de cachaporra».
TOMA TOMA TOMA
Ainda prefiro os bonecos de cachaporra,
contundentes, contundidos, esmocados,
com vozes de cana rachada e um toma toma toma
de quem não usa a moca para coçar os piolhos,
mas para rachar as cabeças.
O padreca, o diabo, a criadita,
o tarata, a velha alcoviteira, o galã
e, às vezes, um verdadeiro rato branco trapezista,
tramavam para nós a estafada estória
da nossa própria vida.
Mundo de pasta e de trapo
que armava barraca em qualquer canto
e sem contemplações pela moral de classe
nem as subtilezas de quem fica ileso
desancava os maus e beijocava os bons.
Ainda prefiro os bonecos de cachaporra.
Ainda hoje esbracejo e me esganiço como esses
matraquilhos da comédia humana.
Alexandre O’Neill
2 comentários:
Obrigada e parabéns por esta armas.
Um abraço brande.
Nõ é brande é grande.
Enviar um comentário