sábado, 28 de julho de 2012

INCOMPETENTES!?


É comum ouvirmos, encontrarmos em crónicas ou aprofundados estudos de personalidades de reconhecida competência em diversas áreas do conhecimento que, referindo-se ao abismo onde nos encontramos, afirmarem que os governadores deste protectorado são IMCOMPETENTES.

Com a humildade própria de quem, com a consciência absoluta de não ser parvo e reconhecer não ser perito em coisa nenhuma, permito-me discordar absolutamente com os doutores (de verdade) comentadores assim-assim, politólogos made in USA, economistas e até bispos bentos pelos céus ou fazedores de opinião pagos para opinar.

Eu afirmo e confirmo que esses governadores são competentes, são mesmo muito competentes, necessário é saber ao serviço de quem aplicam a sua competência.

Quanto a mim, é por aqui que devemos iniciar os nossos critérios de apreciação para poder aferir da competência destes robôs colocados em lugares-chave de cada país pelas grandes organizações monetárias internacionais.

Os governantes da Itália, Grécia, Espanha, Irlanda e Portugal são todos IMCOMPETENTES? O esbulho a que estão sujeitos estes povos está a ser efectuado por gente competentíssima!

Para identificar os salteadores que nos saqueiam é indispensável localizar o receptador. Encontrados os bens que nos pertenciam, fácil é concluir a quem aproveita o crime e ao serviço de quem se encontram aqueles que juraram defender-nos.

Para aferir da competência dos tais incompetentes, bastaria verificar os bens de que dispunham antes da governança e os que alardeiam ou escondem depois de se governarem. IMCOMPETENTES, eles?

Voltámos à época em que os mercenários, por meios aparentemente mais violentos, tinham direito a saquear os territórios conquistados, despojando os povos de todos os seus bens, deixando-os na indigência absoluta. O grande capital apropria-se das casas, terras e fábricas cujos proprietários não conseguem pagar as hipotecas, e os mercenários a seu soldo, esses incompetentes, que dirigem o saque usufruem de rendimentos chorudos, gordas contas bancárias aqui e no estrangeiro, e principesco património constituído por luxuosos apartamentos, mansões, iates e jactos

Se o mal que nos afeta, residisse na propalada incompetência de uma ou no conjunto de criaturas, bastava proceder à sua substituição e solucionávamos o problema. Acontece, porém, que doutas personagens, ajoujadas de canudos, tomam o testemunho da governança e a “incompetência” alastra e radica-se.

Se nos enquistarmos nesta falsa apreciação, de que o mal está na incompetência, estamos a encobrir os verdadeiros fautores da miséria que nos atinge, e que se encontram algures, frente a computadores movimentando triliões de euros ou dólares e, se esta arma não for suficientemente eficaz para aniquilar os países visados, destroem-no literalmente à bomba.

4 comentários:

trepadeira disse...

Uma maravilha,bem competente.

Cada vez me interessa mais a comuna.

Um abraço,
mário

Bruno disse...

Quando muitos dos nomes deste governo estavam a ser nomeados eram todos dados como uns super-competentes. Espantei algumas pessoas ao afirmar que isso não era bom.

Graciete Rietsch disse...

Incompetentes?!! São de uma competência resistente a toda a prova, dado o fim para que foram destinados.

Um beijo.

Bordalesco disse...

Muito bem analisado, mais uma vez!
Cá para mim, INCOMPETENTES e não só, são os milhares de votantes que há 36 anos,não vêm quem defende os seus interesses e confundem a sua classe com aquela que os explora.