O tão chorado Frank Carlucci chegou ao ainda
Congo Belga, a 15 de maio de 1960, quinze dias antes da independência, e
Lumumba foi assassinado em janeiro de 1961 (o
assassínio teve a participação dos Estados Unidos e da Bélgica – Wilipédia).
Carlucci foi enviado para a embaixada no Congo com a missão expressa de cumprir
a decisão de Eisenhower de eliminar Patrice Lumumba.
Outra intervenção
qualificada de Carlucci ocorreu no Brasil, sob a batuta de Vernon Walters, em
1964/65, contra o governo de João Goulart. A ação conduzida pela CIA levou à
instauração da violenta e criminosa ditadura militar, 1964/1985»
Quanto a Portugal, os crimes cometidos, estão
sobejamente confirmados, e as lágrimas de deputados cúmplices, são gotas de
veneno que nos agridem. Ninguém contestou os crimes, conhecem-se os assassinos e
quem os arregimentou, e que ainda, para nossa vergonha, hoje são aplaudidos. A
democracia que construíram foi gizada pela CIA/Carlucci à medida dos interesses
dos EUA e de quem os serve.
E foi a este biltre manchado de sangue, que
manejou as marionetas da estrema direita clonada à soi-disant estrema esquerda, e a cumplicidade activa de Mário Soares, que na Assembleia da República é
votado escarro.
Texto do voto apresentado pelo CDS
«Morreu no passado dia 3 de Junho, o
Embaixador norte-americano Frank Charles Carlucci III.
Nascido em 1930, serviu por mais de
duas décadas nos mais altos escalões da Administração norte-americana e
trabalhou sob a égide de quatro presidências distintas, tendo chegado a ocupar
o cargo de Secretário da Defesa, entre 1987 e 1989.
Diplomata de carreira, representou
sucessivamente os EUA, ao longo de 12 anos, entre 1956 e 1968, em Pretória,
Leopoldville (atual Kinshasa), Zanzibar e Brasília. Só em 1975 é que o diplomata
norte-americano seria nomeado para liderar a missão diplomática em Lisboa, o
seu último posto, cujo mandato ficaria marcado inexoravelmente pela sua
intervenção política em favor das forças democrática contra o PREC durante o
Verão Quente desse ano e na aproximação política e estratégica entre os dois
Estados.
De todos os momentos da carreira de
Frank Carlucci é à frente do posto em Lisboa que viria a revelar-se
politicamente mais determinante. Firme na ideia de que o processo de transição
e consolidação democrática não estava perdido, contrariamente à opinião de
membros da própria Administração norte-americana, Carlucci bateu-se pela
restauração da normalidade do processo democrático em Portugal, ao lado dos
principais protagonistas políticos da resistência, Mário Soares, de quem era
amigo pessoal, Francisco Sá Carneiro e Diogo Freitas do Amaral.
A persistência com que Carlucci se
bateu, ao lado das forças democráticas, valeu-lhe, em 2004, a condecoração pelo
Estado português com a grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a medalha da
Defesa Nacional.
Assim, a Assembleia da República
expressa o seu profundo pesar pela morte do Embaixador Frank C. Carlucci,
apresenta as suas condolências às família e amigos, recorda a sua intervenção
política na consolidação democrática do regime.
Palácio de S. Bento, 5 de junho de
2018,
O Grupo Parlamentar do CDS-PP»
Votação
Favor – PSD, PS e CDS – PP
Contra – BE, PCP e PEV
Abstenção – PAN e 8 Deputados do
PS
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