Conselhosbonssãomuitobons de dar, masmuitomaus de tomar: muitos os dão, e poucos os tomam. Conselhosmaus têm duas raízes: ou nascem do ódio, ou de ignorância: porpiores tenho os primeiros; porque a ignorância procede da fraqueza, e o ódio resulta da malícia; e a malícia é piorinimigoque a fraqueza. (…) E comsermau o conselho deslindado nesta forma, eramuitobomparaserdinheiropelapropriedadeque tem; e já dissemos quemuitos o dão, e poucos o tomam. Em uma coisa se parece muito o conselhocom o dinheiro, e é, queambossãomuito milagrosos. Trêsmilagresmuitograndes achou umdiscreto no dinheiro; não há quemnão o experimente, e por serem muitoordinários, ninguém faz memória deles. Primeiro, quenuncaninguém se queixou do dinheiro, quelhe pegasse doença. Segundo, quenuncaninguém teve nojo dele. Terceiro, quenunca cheirou mal. Digo quenuncaninguém se queixou dele, quelhe pegasse doença; porque andando pormãos de quantosleprosos, sarnosos, morbogálicos, e empestados há no mundo, e passando elaspara as mãos dos maismimososfidalgos, e da maisdelicadadonzela, nenhuma doença sabemos, quelhes pegasse, maisquefome de lhe darem mais. Donde colho quenão é bom o dinheiroparapão; que se forapão, nunca houvera de matar a fome.
1 comentário:
Eis uma arte em franco desenvolvimento...
Um abraço.
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