"Quando escrevo, repito o quejá vivi antes.
E para estas duas vidas, umléxicosónão é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de serumcrocodilo vivendo no rioSão Francisco. Gostaria de ser umcrocodiloporqueamo os grandesrios,
poissãoprofundoscomo a alma de umhomem.
Na superfíciesãomuitovivazes e claros,
mas nas profundezas sãotranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens."
Saudades de tudo!
Saudade, essencial e orgânica,
de horaspassadas,
queeu podia viver e não vivi!...
Saudade de gentequenão conheço,
de amigos nascidos noutras terras,
de almas órfãs e irmãs,
de minhagentedispersa,
quetalvezatéhojeainda espere pormim...
Saudadetriste do passado,
saudadegloriosa do futuro,
saudade de todos os presentes vividosfora de mim!...
Pressa!...
Ânsiavoraz de mefazeremmuitos,
fome angustiosa da fusão de tudo,
sede de voltafinal da grandeexperiência:
uma sóalmaemumsócorpo,
uma só alma-corpo,
umsó,
um!...
Comoquemfecha numa gota o Oceano,
afogado no fundo de simesmo..."
Guimarães Rosa
“O senhor… mire, veja: o maisimportante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoasnão estão sempreiguais, aindanão foram terminadas - masqueelasvãosempre mudando. Afinam ou desafinam, verdademaior. É o que a vidame ensinou. Issoquemealegramontão.“
1 comentário:
Meu caro Cid,
E eu tinha saudades de passar por aqui.
Ás vezes também tenho saudades do futuro.
Adoro Guimarães Rosa.
Um abraço
Enviar um comentário