sábado, 19 de junho de 2010

Saramago, os "bem-pensantes" e alguns farsantes


Desenho gentilmente cedido por Fernando Campos - Blog "o sítio dos desenhos"


As vozes que nos poderiam trazer sinceridade e emoção não se ouvem porque ninguém as vai chamar. Intelectuais de reconhecida craveira, como por exemplo Manuel Gusmão e José Barata Moura, além do mais camaradas de José Saramago, são ignorados pelos media.

Os nossos "bem-pensantes", governantes e muitos tratantes, numa verborreia que lhes é comum espalham saliva sobre a tumba de Saramago: quepoisnão obstante o que nos divide, e o país, e o Nobel, e mais alguma caspa que cai em salamaleques para as câmaras de televisão, cumprem o ritual próprio dos farsantes.

José Saramago vira-lhes as costas e parte com o seu elefante; e os "bem-pensantes", cumprida a tarefa, vão raspando dos sovacos a lama que na primeira oportunidade lhe sujará a memória.

1 comentário:

filipe disse...

Sobretudo, nunca lhe perdoarão a decisão de morrer membro do PCP. Afinal, esses "bem pensantes" tudo lhe perdoariam, se tivessem para alardear a sua condição de ex-comunista, como conseguiram de alguns outros. Mas dele não. Saramago recusou-lhes até ao fim esse grande e sujo trunfo político. E fez muitíssimo bem.
Um abraço.