quinta-feira, 2 de abril de 2015

Nada é eterno…




Nada é eterno…

“e como o homem de si nada tem próprio, claro está, que os acrescentos haõ de ser alheios”
Arte de Furtar

O Primeiro-Ministro diz-se vítima de uma ‘campanha’; O VIP Núncio fala numa ‘campanha orquestrada’ para destruir o seu bom-nome, mas não vai além disso. Os pescadores desde sempre em companha, queixam-se dos maus ventos da governança. Acampados no poder, os que vivem do erário fazem campanha por quem melhor lhes pague e têm sempre disponível um ‘D’ para juntar ou retirar às sigla PS ou PSD, quando a ocasião o exija.

Sempre que a acusação é grave e a defesa débil em provas e argumentação, os inquiridos, como qualquer cefalópode nas fugas às arrecuas, ocultam-se por detrás das expressões ‘cabala ou campanha orquestrada’ como camuflagem para se esgueirarem até encontrarem abrigo de ocasião.

O “diz-me com quem andas dir-te-ei quem és” não se aplica às altas individualidades, e quando digo altas não indico parâmetros porque Lilipute seria possivelmente o paradigma. Se as suas relações políticas de negócios ou de afectos vogam na promiscuidade entre escroques e falsários, não é de bom-tom extrair daí quaisquer ilações. Se num curto espaço de tempo os indiciados encheram a burra de milhões, todos eles se eriçam sempre que é proposto que o sigilo bancário seja levantado. Não é permitido pôr em dúvida que os milhões acumulados não sejam fruto de trabalho esforçado ou de negócios lícitos, mas se alguém os questiona, candidamente, se lhes saiu o “euro-milhões”, arrasam o interpelante, acusando-o de fomentar uma “campanha negra” e, de notória má-fé, fazer insinuações que abrem o caminho à difamação e a torpes calúnias.

Quem se atreve a duvidar de alguém que se publicita como honesto e que até prova em contrário somos obrigados a não incriminar? Isto acontece mesmo que qualquer imbecil chegue à conclusão que se um borra-botas que pouco ou nada tinha de seu e, de um momento para o outro, aparece rico como Crésus, sem justificar a origem de tamanhos bens.

Os criminosos impuseram os off-shores e os políticos no poder legislam em conformidade com os seus interesses. Todos sabemos que assim é; de tal modo que se encara este tipo de criminalidade como algo de inevitável, não pela impotência em a combater, mas já como poder estruturado para ser respeitado.

As burlas encontram-se tão disseminadas e publicitadas, atingindo montantes de tal modo astronómicos, que nos devíamos envergonhar, não de vivermos num país onde os burlões se encontram instalados em altos níveis da administração, mas da nossa inacção que nos coloca como coniventes porque a nossa passividade pode reflectir consentimento.

NÃO SOMOS PASSIVOS!...

2 comentários:

O Puma disse...

A Páscoa é uma passagem

Pata Negra disse...

Passos passa-me! Passou? Ainda não! Mas não contou com a minha/nossa passividade!
Um "abrasso", passa uma páscoa/passagem e...