quarta-feira, 24 de abril de 2019

Vigência do Socialismo


Vigência do Socialismo

MAIS DO QUE NUNCA, MELHOR DO QUE ANTES


Bastaria escutar o ódio que a burguesia injeta nos seus insultos contra o Socialismo para deduzir que algo de muito bom para os seres humanos será o facto de acabar com a hierarquia dos opressores para optar por um sistema Socialista capaz de erradicar o lucro do capital sobre os seres humanos e todo o fardo individualista, racista, excluinte e opressor que nos amargurou a existência durante demasiado tempo. Pôr a sociedade como prioridade maior para a própria sociedade, foi uma luta cuja vigência é cada dia maior à medida que se tornam evidentes os estragos ecológicos e humanísticos que o capitalismo vem causando ao longo da sua história. A realidade encarrega-se de reiterar a vigência do Socialismo.
        
 É aberrante o tom sepultureiro com que a burguesia (e alguns “papagaios” amestrados por ela) se empenha em dar por morto o Socialismo, o Comunismo e o Marxismo. Nessas “exéquias” propagandísticas investem tempo, dinheiro e esforços a granel. Pagam a publicistas, académicos e mercenários de todo o tipo para nos convencerem do “fracasso” de um sistema económico, político e cultural do qual não vimos desenvolver-se (para o dizermos de forma alegórica) nem uns minúsculos 10%. E, em contraste com esse “fracasso”, pintam-nos o Capitalismo como se fosse um sistema vitorioso que triunfou de uma forma exemplar e rotunda. “Falam sobre o fracasso do socialismo, mas onde está o êxito do capitalismo em África, na Ásia e na América Latina?” (Fidel Castro).
        
 Reina a avareza antes do interesse pelo social. Enquanto o Capitalismo é, segundo os seus resultados macabros, um pesadelo generalizado que dia após dia empurra o planeta e os seres humanos para um colapso atapetado por guerras, terrorismo, caos e instabilidade de todo o tipo, as riquezas naturais e laborais concentram-se numas quantas mãos. Umas poucas famílias e empresas controlam a maior parte das atividades económicas de todo o mundo. A espécie humana vive sob uma pauperização galopante enquanto a monopolização regista recordes insalubres para toda a forma de vida. E tudo isto ao mesmo tempo que as diferenças entre ricos e pobres aumentam sem escrúpulos, sem pudor e impunemente. Multiplica-se a insegurança para os esbulhados e reprimem-se as manifestações do mal-estar. As evidências são tão ofensivas quanto numerosas.
        
 É crucial resolver a contradição Capital-Tabalho que mantém sequestradas as forças produtivas em todo o mundo e as destrói de maneira irracional e insolente, mas há que resolver tal contradição com um sistema de planificação inteligente e participativo que permita à humanidade superar todos os problemas e desenvolver-se a um nível de civilização e cultura profundamente novo. O Capitalismo é um sistema socio-económico cuja razão de ser serve unicamente uns quantos opressores, “armados até aos dentes”, que na obstinação de enriquecer sem limites está a destruir tudo e nos arrasta para uma fase que só implica danos irreversíveis para a humanidade. Mas pintam-no como se fosse o melhor que  nos aconteceu.

Está vigente o Socialismo que permite transformar a realidade, impulsionado pelas forças sociais unidas e organizadas igualitariamente. Um Socialismo irredutível a uma qualquer burocracia e sem totalitarismo de Estado. Um socialismo capaz de mudar a ordem da realidade para desterrar definitivamente as classes sociais e todas as formas de opressão. Um socialismo não utópico. Um socialismo científico. Ou seja, sem dogmas. Esse que Marx explicou no seu Manifesto.

Um Socialismo que ponha fim a toda a confusão, desorientação ou dispersão do movimento emancipador da classe trabalhadora, que seja capaz de unir forças contra o capitalismo para não o repetir e para impedir que sobreviva com os seus disfarces mais eficientes. Que seja capaz de abrir um movimento transformador em profundidade e sem exclusões, onde se admitam todas as tendências que lutam pela emancipação da humanidade. Socialismo para acabar com a ditadura do Capital, antes que ela acabe connosco. Sem atenuantes, sem desvios, sem miragens, sem ilusionismos. O Socialismo está vigente porque ele é necessário para que a humanidade possa resolver todos os seus problemas e escale o seu desenvolvimento histórico sem lastros de classe, sem complexos e sem opressores. O Socialismo está vivo porque é uma necessidade para a espécie humana. E não há saídas alternativas, a disjuntiva objetiva é: Socialismo ou Barbárie.

Socialismo como radicalização do amor pela vida... capaz de transformar, transformando-se. Não como um sistema que deva impor-se desde fora, mas como uma necessidade que deve desenvolver-se plenamente desde o seio da contradição histórica do Capital e do Trabalho. “Um movimento real que anula e supera o estado de coisas atual. Marx. Uma luta que surge do concreto como possibilidade ainda não realizada, mas realizável. Não como um ideal, utópico, mas como um Socialismo Científico, isto é, movimento real emancipador e produto histórico desse movimento. Socialismo desejável, possível e realizável. Socialismo transformador das condições objetivas incluindo a consciência da sua realização, a aspiração a realizá-­lo com a organização e a luta correspondentes. Porque a vigência do Socialismo como necessidade objetiva e subjetiva de transformar o mundo, é necessidade que não poderá ser asfixiada pelos “escudeiros da burguesia” que difundem pessimismo pueril e individualismo, irracionalismo, utopismo e consumismo. A vigência do Socialismo não poderá ser eclipsada pelos desesperançados nem pelos nihilistas pais do catastrofismo de ocasião. Marx dizia: “do que se trata é de transformar o mundo” e isso supõe lutar contra o capitalismo e o imperialismo, mas também lutar – com as armas da crítica – para que o socialismo seja, verdadeiramente, além de desejável e possível... realizável,  insistia  Sánchez Vázquez

Não temos em nossas mãos a chave da história futura, mas aninham-se na praxis do Socialismo os mais vigentes anseios humanos dispostos a encontrar saídas objetivas e concretas por cuja realização há que lutar permanentemente. Podemos experimentar ajustes e correcções que são parte do caminho, deixar para trás métodos que se mostrem inúteis, mas não podemos mudar de caminho – o caminho socialista – porque não podemos confundir a tática com os princípios. E acontece que na vigência do Socialismo há um componente crítico de importância suprema que é, em si mesmo, complexo e contraditório precisamente porque o Socialismo não é a simples aplicação dogmática de uma “ideia” ou “ideal imaculado” desligado da realidade. Muito pelo contrário. E talvez não saibamos, por agora, como será o Socialismo na sua plenitude, mas sabemos sim como não queremos que ele seja. E isso implica e exige que lutemos, organizados, por esse objetivo. Nada é mais atual.

1 comentário:

Olinda disse...

Muito bom!Porque hoje é "dia de Festa(vou ver o J.Palma)não vou reler o texto.Mas vou fazê-lo.Abril,sempre!