Os Partidos não são todos iguais!
O rega-bofe nos governos PS/PSD/CDS, não
deve ser esquecido, são tantos os corruptos que por falta de espaço há
dificuldade em os referir na totalidade.
Sermão do bom ladrão
Padre
António Vieira
Tanto que lá chegam, começam a furtar pelo modo indicativo, porque a
primeira informação que pedem aos práticos é que lhes apontem e mostrem os
caminhos por onde podem abarcar tudo. Furtam pelo modo imperativo, porque, como
têm o mero e misto império, todo ele aplicam despoticamente às execuções da
rapina. Furtam pelo modo mandativo, porque aceitam quanto lhes mandam, e, para
que mandem todos, os que não mandam não são aceitos. Furtam pelo modo optativo,
porque desejam quanto lhes parece bem e, gabando as coisas desejadas aos donos
delas, por cortesia, sem vontade, as fazem suas. Furtam pelo modo conjuntivo,
porque ajuntam o seu pouco cabedal com o daqueles que manejam muito, e basta só
que ajuntem a sua graça, para serem quando menos meeiros na ganância. Furtam
pelo modo potencial, porque, sem pretexto nem cerimónia, usam de potência.
Furtam pelo modo permissivo, porque permitem que outros furtem, e estes compram
as permissões. Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem o fim o furtar com o
fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que se vão continuando os furtos.
Estes mesmos modos conjugam por todas as pessoas, porque a primeira pessoa do
verbo é a sua, as segundas os seus criados, e as terceiras quantas para isso
têm indústria e consciência. Furtam juntamente por todos os tempos, porque do
presente – que é o seu tempo – colhem do que dá de si o triénio; e para
incluírem no presente o pretérito e futuro, do pretérito desenterram crimes, de
que vendem perdões, e dívidas esquecidas, de que se pagam inteiramente, e do
futuro empenham as rendas e antecipam os contratos, com que tudo o caído e não
caído lhe vem a cair nas mãos. Finalmente, nos mesmos tempos, não lhes escapam
os imperfeitos, perfeitos, plus quam
perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtaram, furtavam, furtariam e
haveriam de furtar mais, se mais houvesse. Em suma, que o resumo de toda esta
rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a furtar para furtar. E
quando eles têm conjugado assim toda a voz activa, e as miseráveis províncias
suportado toda a passiva, eles, como se tivessem feito grandes serviços, tornam
carregados de despojos e ricos, e elas ficam roubadas e consumidas.
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