quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A propósito de Saramago, é saudável lembrar

Em 1975, no auditório da Gulbenkian em Paris, um grupo de bem-pensantes, mais tarde promovidos a pensadores, reuniu-se para colocar uma questão a que a jornalista Frances Stonor Saunders responde magistralmente no seu trabalho de dez anos de investigação ”qui mène la danse?” la cia et la guerre froide culturelle.

E esta minha recordação, veio a propósito das justas comemorações que celebram os 20 anos da atribuição do Prémio Nobel a José Saramago escritor e comunista.

A questão colocada ao auditório na Gulbenkian de Paris pelo pensador Eduardo Lourenço, depois de nos afirmar que não estava ali para fazer anticomunismo, foi a seguinte: “qual a razão por que a intelectualidade portuguesa era na quase totalidade comunista ou simpatizante comunista?”

Não sei a que conclusões chegaram porque, ao ser dada a palavra à assistência, disse-lhes que, quando alguém necessita de afirmar que não quer fazer anticomunismo, é por que já o fez ou fá-lo-á em breve, e saí. 

Uma poetisa, cuja obra muito considero, procurou deter-me. Respondi-lhe que não assisto a espetáculos com artistas matreiros.

Sem comentários: