Os
turistas acotovelam-se para ver as montras, nos Campos Elísios. É a nova face
do turismo de massas sem massa, que vê mas não questiona: “a quem serve o
crime?” Não há manifestação sem que les
casseurs desvirtuem o seu significado e intento. Os media avolumam os distúrbios, que os franceses reprovam; o descontentamento
é incriminado. Simples!...
“A
quem serve o crime?”
*Francesco Cossiga, um homem de
direita, foi ministro do Interior, primeiro-ministro e Presidente da
República Italiana. Foi uma figura central na reestruturação da polícia, da
proteção civil e dos serviços secretos italianos nos anos 70 do século passado.
Estava em funções quando do assassínio de Aldo Moro e do atentado terrorista em
Bolonha. Esteve associado à criação do «Gládio», braço terrorista da NATO. Teorizou
com grande sinceridade sobre a ação provocadora da polícia nos anos 60 e 70. Amizade
e da familiaridade intelectual que uniu Cossiga ao cardeal Joseph Ratzinger com o qual passava horas de empenhadas
conversações filosóficas e teológicas. Cossiga teve o mérito de falar claro,
mas não inventou nada. Desde que há movimentos de massas que a classe dominante
aprendeu que a provocação é uma das melhores formas de os combater.
Filipe Diniz
Filipe Diniz
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