A massa cinzenta
da intelligentsia nacional com
certificado de qualidade passado pelos mídia ditos de referência, está ao rubro.
Enorme tristeza
e preocupação são uma constante. “Estão a liquidar a classe média”, dizem. Há os
que entram em delírio afirmando que «E,
sem classe média, não há país, não há sequer democracia, porque a classe média
é o motor de uma democracia».
A classe
detentora do poder necessita de peões bem apetrechados e razoavelmente nutridos
para fazer face à plebe quando esta perde a paciência. O cerne da preocupação
dos bem-pensantes, não está propriamente no empobrecimento da classe média mas
na vulnerabilidade a que ficam expostos os grandes senhores do capital. Alguns
cérebros postos a funcionar como alerta para os perigos a que os opressores
estão sujeitos, deixam suspensa a ideia que é preferível manter à trela a
“classe tampão” do que a deixar engrossar o descontentamento que se avoluma. Os
pensadores ao serviço da grande burguesia advertem que tem sido a pequena e
média burguesia a defender os seus privilégios, servindo de batente às
investidas dos assalariados. Os vários extratos da pequena burguesia e da
classe média “analfabetos políticos” que por vezes entrelaçam os seus
interesses, temem pelo futuro, e, em desespero, amaldiçoam a classe para onde
estão a ser empurradas, culpando-a pelos seus desaires.
Que os
assalariados estejam cada vez mais sujeitos a exploração desenfreada, que os
pobres sejam cada vez mais, e mais pobres, não é questão que mais apoquente os
pensadores que por vezes até se apresentam como sábios. Não! O problema está na
extinção da classe tampão e as suas preocupações não passam de
tapa-olhos.