segunda-feira, 29 de setembro de 2014

DEU À COSTA

António Costa elogia “impulso reformador” de Sócrates

Durante todo o temporal, os mídia deram total cobertura aos estragos provocados, desde rombos no casco, comandante enjoado, tripulação sem saber para que salva-vidas saltar e, pior ainda, desconheciam de que lado soprava o vento.
Com os instrumentos de navegação sabotados, o encalhe era inevitável e a tragédia não ficaria por aí. Cerca das vinte horas ouviu-se o grito comum nestes nefastos acontecimentos: “homem ao mar”. Era o comandante.
O comissário de bordo, não ligou ao afogamento do seu comandante e, pegando no megafone anunciou: “chegámos a bom porto, viva Portugal, viva o PS, viva o Camões”. A partir de agora, continuou, nada será como dantes, Quartel-General em Abrantes. Viva Portugal, viva o PS, viva o Camões.

"Hoje é o primeiro dia dos últimos dias do governo", disse.

Ficámos esclarecidos. É que durante toda a viagem não nos foi dado qualquer esclarecimento quanto à rota traçada e os objetivos que flutuavam em tão esclarecidas mentes. Agora que o comandante foi borda-fora e o que tomou o seu lugar deu vivas a Portugal, agora, agora sim.

Entretanto

«O “Livre” felicita Costa e convida-o para "convergência"»

«CDS quer "pactos de regime" com António Costa»

«O CDS-PP veiculou hoje que aguarda para ver se o tempo confirma a defesa feita por António Costa de "pactos de regime" e "compromissos políticos para defender o interesse nacional", disse à Lusa fonte da direção centrista.»
Seguros com o Costa!?

domingo, 28 de setembro de 2014

O CIRCO

O CIRCO
“Respeitável público!”

 Bilderberg os crismou, Balsemão os apadrinhou

Não há circo sem palhaços e pantomima com atuações que nunca excedem certos pantomineiros que se apresentam na ribalta política. Malabaristas, ilusionistas, leões e camelos dão brilho ao espetáculo.

O que mais atrai o espetador simplório são os truques usados pelo palhaço rico que procura enganar o palhaço pobre e vice-versa. São artimanhas primárias que fazem sorrir. Pequenos golpes, SMS enviados à revelia do acordado ou o abrir de caixas com lixo de onde saem histórias que nos entristecem.

O espetáculo ainda mal começou,
falta abrir o fosso das serpentes.

domingo, 21 de setembro de 2014

O pobre carteirista



Carteirista, profissão sem futuro.

«A cobiça de riquezas he como o fogo, que nunca diz, basta.»

Arte de Furtar (1652)

No local mais discreto do café, o carteirista recuperava a despesa da bica lendo o jornal à disposição da clientela. A vida estava cada vez mais difícil, os porta-moedas que conseguia palmar não pagavam o risco, alguns vinham mesmo vazios, fruto da crise generalizada na arraia-miúda, tinha, pois, que saber gerir bem os magros cêntimos que arrebanhava de quando em vez.

O homem que tomava a bica e lia o jornal estava como que hipnotizado com as grandes parangonas do matutino:
«Menezes investigado»
Olhou para mim, pediu-me um cigarro e desabafou: “desculpe o incómodo mas estas notícias deixam-me nervoso e o tabaco está tão caro…”.
Tranquilizei-o, dizendo que o Menezes quis deixar as dividas arrumadas antes de sair de Gaia e que além dos 300 milhões assumiu um contrato de 150 milhões de euros que vigorará até 2026. Tudo com uma só preocupação, defender os nossos interesses.

No entanto achei por bem esclarecer o honesto artesão que, face a estes indivíduos, os carteiristas merecem toda a minha consideração.

O homem virou a página, dirigindo-se-me, excitado: “olhe o melro: vai-nos à carteira todos os dias e abotoou-se com 150 mil euros.»
Procurei que se acalmasse esclarecendo-o que lapsos de memória todos nós temos, uns mais que outros, mas haja quem “atire a primeira pedra.” E que todos os dias somos confrontados com desvios de milhões feitos por burlões qualificados, sem menosprezo pela sua alta qualificação profissional, que muito prezo, disse.
O carteirista começou a empalidecer, pediu um copo com água e mais um café. Recuperado do choque, confessou não se sentir habilitado para entrar nesse mundo do crime.
Desculpando-se, levantou-se, alegando que tinha que aproveitar a hora de ponta no Metro para garantir o almoço; quando procurei pagar a despesa já não tinha porta-moedas. Ao sair do café, o pobre homem vinha acompanhado por um polícia. Com um sorriso triste, disse-me que já tinha o almoço garantido e devolveu-me o dinheiro.
Aos outros a polícia bate-lhes a pala, não andam de Metro, têm motorista privativo e o futuro sorri-lhes; sabem que depois das muitas aventuras rocambolescas que fariam inveja a Ponson du Terrail, virá a prescrição ou qualquer outra artimanha judicial que os iliba.

E a contradança recomeça com a mesma quadrilha.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Desculpas de mau pagador

«O ministro da Educação pediu, no Parlamento, "desculpa ao país" pelos "erros" cometidos nas listas da Bolsa de Contratação de Escola. O mesmo aconteceu ontem com outro membro do Governo, a ministra da Justiça, devido aos problemas do Citius. Este foi o segundo pedido de desculpas em público de um ministro em pouco mais de 24 horas.»



A justiça pede desculpa. O ensino pede desculpa. O Papa pediu desculpa pelos pedófilos. Obama pede desculpa pelos seus torcionários. Só nós não devemos pedir desculpa por não os desculpar e os mandar à merda. Não são incompetentes, é a destruição deliberada dos pilares de um país levada a cabo por indivíduos sem escrúpulos.
A ladainha é por demais conhecida, não somos propriamente o confessionário onde o pecador vem pedir a absolvição. A penitência a que devem ser sujeitos, para nossa salvação e não deles, está em se sumirem o mais rapidamente possível deixando-nos em paz.



"Peço desculpa em nome do Ministério da Justiça pelos transtornos", declarou Paula Teixeira da Cruz,


E os despedimentos por justa causa não se aplicam aos governantes?