SERIAL KILLER

Olivier Blanchard (economista-chefe do FMI) sorri à crise.

O FMI a crise e a fome são um dos tripés onde se equilibra o grande capital.

Alguém me poderá indicar o país onde o FMI se implantasse sem provocar um tsunami económico e o grande capital não abocanhasse os bens existentes deixando os povos a tinir de fome?

Pois bem. O economista-chefe do FMI posando para a fotografia de tacha arreganhada perorou que a crise exigirá um ajustamento “extremamente doloroso” e a curto prazo, exigirá “sacrifícios inevitáveis” sobre os salários e, tudo isto, claro, para recuperar a competitividade.

Perdi o rasto a um estudo em que considerava a mente destes “assassinos económicos” (ler "confissões de um assassino económico" em resistir.info http://www.resistir.info/eua/perkins_hit_man_port.html aos dos serial killers.

A Retoma está a perder as forças...

dêem-lhe sopas de cavalo cansado

Quem havéra de dizer… ela que já se havia recomposto. Rosadinha que estava e tão cheia de genica que dava gosto ver. E assim sem mais nem quê perde as forças. Com o esforço que tem feito para se aguentar nas canetas deve ter a espinhela caída. Dizem os politógos entendidos em bruxaria macro-económica.

- Apliquem-lhe ventosas; emplastros de mostarda; tintura de arnica ou talvez um purgante de óleo de rícino caso tenha a solitária que tanto enfraquece.

Pobre retoma... ela sabe que só recuperará a saúde quando a riqueza produzida for justamente distribuída e os trabalhadores tiverem melhores salários.

Entretanto vai, vamos gemendo e procurando o remédio que só é possível encontrar na rua.

4 de Março!

"Semos muita popaderos"

(surripiei ao Fernando Campos em "o sítio dos desenhos"

Pois. A minha prima Miquelina lá dizia: “no poupar é que está o ganho”. E no entanto viveu sempre na miséria.

“Os países que compraram a vacina contra a gripe ‘A’ poderão aproveitar os excedentes como parte da vacina sazonal no Inverno”. Tal e qual. Vamos ter uma pandemia de vacinas.

Estão pagas, temos que as gramar.

Reparem: «Normalmente a vacina da gripe sazonal é trivalente, mas poderemos sempre ter uma monovalente». Temos que estar atentos à bivalente ou à polivalente. Valentes que somos!

É obrigatório esgotar o stock de ‘gel desinfectante hidroalcoólico’ do ‘sabão antibateriano’, que bem poupadinho dá para todo o ano e guardar as ‘máscaras’ para o próximo Carnaval.

Quanto ao ‘Tamiflu’ vai ser aproveitado para lavar o sulco entre as nádegas. Ou isso!

O Vómito

O 5º homem mais rico de Portugal

Joe Berardo vai doar 5% do valor líquido das vendas dos vinhos 'Serras de Azeitão' que forem vendidos na Madeira até ao final de Junho para o Fundo de Calamidades e Auxílio às Vitimas do Temporal da Madeira (Lusa)

Esse tipo boçal, hiena que segue o rasto do sofrimento e dele se alimenta, aproveita esta onda de solidariedade para promover os seus produtos.

Não dá, recebe. Sendo a margem de lucro superior a 5%, além da publicidade gratuita, ainda aufere benefícios.

E publicitam esta escumalha promovendo a purga:

Senhor Comendador

Joe Berardo, Senhor Comendador

Homem de Bem e da minha Terra

Quanta gratidão meu coração encerra

Por ter recebido tão Bem meu terno Amor

Minha Filha é o meu pequenino Amor

Nascida também no nosso Ilhéu Torrão

E tê-la recebido de nobre e aberto Coração

Já foi um inolvidável e grande favor!!!

Bem haja por ser sincero assim

Benfeitor e tão caloroso

Que este dia o Sol Radioso

Por aquilo que toca a mim

Brilhe no nosso belo Jardim

E o torne cada vez mais Bondoso!

(de alguém que abusou do Serra de Azeitão)

A CEGADA

Onde é que ele está?

Acabou o Carnaval mas a cegada continua. Após o enterro do bacalhau Fernando Nobre, o tal da AMI, candidatou-se à corrida presidencial. O cenário está montado os caretas entram em cena.

A "referência da esquerda made in Soares" sorri à direita.

“Imperativo de cidadania”, “livre de amarras partidárias”, “os que não tiveram voz até agora”, “apartidário mas não apolítico”. Para decifrarem todos estes chavões os politólogos vão ter emprego assegurado até ao próximo Carnaval. Os jornais chamam à primeira página o que cada um vai dizendo mesmo quando diz que não quer dizer.

Afirmando estar preocupado com os que nada têm admitiu (vi e ouvi) que não rejeita os apoios necessários à campanha desde que venham de bons bancos. Não esclareceu o que era um bom banco mas crê que há bancos bons.

Não vão faltar burros para entrar nas cavalhadas e animar a “corrida presidencial”.

No dia 4 de Março os trabalhadores vão estar na rua sem um centésimo da publicidade dada a estes estrategas da vacuidade.

"as crianças e a vida"

Era uma vez um homem...

"André - 5 anos"

(a criança e a vida)

SÃO MÃOS QUE TRABALHAM

São mãos que trabalham.

São de homens que puxam barcos, guiam máquinas,

arrancam pedras, martelam nas ruas.

Estas mãos têm dores.

As mãos com feridas têm saudades da água fresca,

das flores, da língua dum cão, das penas dum passarinho.

Os homens destas mãos são tristes. Têm fome, têm sede,

gostavam de acordar um dia e descansar de manhã à noite.

Gosto muito das mãos das pessoas que trabalham.

Estas mãos fazem lembrar um coração com susto.

Miguel Macedo (1966)

MÃOS DE PEDRA

Estas mãos são muito tristes.

Parecem pedras.

Tem estas cores porque estiveram muito tempo

debaixo de água.

Eram mãos de amigos que iam para longe

e os outros não queriam e choravam.

Nunca mais se encontraram.

As mãos ficaram de pedra, à espera,

à espera, à espera, à espera, muito tempo.

Dos dedos nasceram formigas e flores encarnadas.

Maria da Conceição (1966)

AS MÃOS DOS AFOGADOS

São mãos de afogados.

Morrem e depois ficam as flores do mar.

Dão gritos.

Ninguém ouve os gritos.

Os companheiros é Deus, os peixes, as rosas e o escuro.

Sonham que estão vivos e conversam e são amigos

das flores, e das pedras e dos peixes.

A morte dos afogados é como uma canção.

As ondas são berços azuis.

Alberto (1966)

O TECELÃO

Assim se tece o nosso futuro.

O tecido social continua a ser esfarrapado.

Rasgaram sem piedade a secular indústria têxtil do Vale do Ave de qualidade mundialmente reconhecida. As máquinas venderam-nas como sucata para continuar a produção noutros países. Técnicos altamente qualificados, fustigados pela violência do desemprego vagueiam o seu desespero.

Entretanto, o tecelão-mor, ultrapassando o que de mais ridículo nos brindava o cabeça-de-abóbora, apresenta-nos como símbolo de modernidade o tear artesanal.

Não desesperem. Com os governos que temos sofrido durante estas três décadas e os Presidentes que os têm enquadrado o nosso sector têxtil não está longe de atingir este nível.

As nulidades

Rapinado do "anterozóide"

Consideradas nulas «as escutas não foram validadas por um tribunal superior» logo, não existem!

Podem dizer o que disserem, espernear, dar cambalhotas, colocar a máscara democrática aparelhada para estas ocasiões. Podem aparecer de toga ou capuchinho vermelho. Podem, e eles podem, dizer que está tudo muito legalzinho, que foi tudo muito democrático ou que agiram em conformidade com a Lei.

Não nos dizem é que têm sido eles que cozinharam as leis em função dos seus interesses de classe.

Que a “justiça” é uma farsa e o Estado de Direito um embuste.

O eclipse

Não encontraram o SOL. Tinha-se eclipsado!

Hoje sexta-feira o astro-rei, de grilhetas, fugindo à polícia aparecerá em todas as bancas. O jornal dos banqueiros brinca ao gato e o rato com o que se nos apresenta como "poder".

Não há memória de tanta desvergonha.
De ouvir e ver os mesmos com máscaras democráticas bombardeando-se com saquinhos-de-feijão neste carnaval político que vai escondendo a aprovação comum do Orçamento de Estado o congelamento dos salários e a degradação da vida social.

Os AVALISTAS

«Paulo V, papa conhecido pela sua severidade, foi o promotor do primeiro Índex romano, inspirado, em parte, no que se fazia em matéria de censura, em Portugal.»

Sua santidade "inspirou-se no que se fazia em matéria de censura em Portugal".

Nós, sempre no pelotão da frente...

Pertencentes ao núcleo onde se pontifica o quotidiano acto censório os 14 magníficos , foram convocados como avalistas e não como avaliadores.

Reparem bem neles!

Vejam onde estão, de onde vêm ou a quem servem.

António Costa – Diário Económico

Henrique Granadeiro – PT

Henrique Monteiro – Expresso

José Leito Pereira – JN

Felícia Cabrita – Sol

Mário Crespo – SIC

Nuno Vasconcellos – Ongoing

Arons de Carvalho – PS

Júlio Magalhães -- TVI

José Manuel Fernandes – Público

Resta-vos alguma dúvida de que a partir de agora a nossa imprensa deixará de ser aquela a que se refere o nosso Fernando Pessoa:

Ora porra!
Então a imprensa portugueza
é que é a imprensa portugueza?
Então é esta merda que temos
que beber com os olhos?
Filhos da puta! Não, que nem
há puta que os parisse.