domingo, 29 de novembro de 2015

Livro necessário, disponível e gratuito


A VIOLAÇÃO DAS MASSAS PELA PROPAGANDA POLÍTICA
Disponível em português (aqui)
(Le viol des foules par la propagande politique)

Serguei Tchakhotine


PREFÁCIO
Este livro tem uma história bastante movimentada. Já a sua primeira edição, em 1939, na França, dois meses antes da guerra, não se fez sem incidentes. Depois de todas as correções, o autor recebeu as últimas provas – para autorizar a impressão – sem que viessem acompanhadas das anteriormente corrigidas. Para sua grande surpresa, verificou que o livro, nesse meio tempo, tinha sido censurado (na França! onde a censura não existe): todas as passagens desagradáveis a Hitler e Mussolini estavam suprimidas (e isso dois meses antes da guerra), da mesma forma que a dedicatória, assim redigida: “Dedico este livro ao gênio da França, por ocasião do 15O° aniversário de sua Grande Revolução.” Soube-se, em seguida, que a censura havia sido feita pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, então o Sr. Georges Bonnet, no que concerne à dedicatória. O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Terceira República achou que “estava fora de moda”! E isso no ano em que o mundo inteiro festejava esse aniversário!
Mediante protesto do autor que, firmado na lei francesa, reagiu, as frases e as idéias suprimidas foram recolocadas e o livro apareceu na forma original. Dois meses depois de sua aparição, quando a guerra já estava declarada, a polícia de Paris apreendeu-o nas livrarias. Finalmente, em 1940, tendo os alemães ocupado Paris, confiscaram-no e o destruíram.
Nesse ínterim edições inglesas (entre outras, uma popular feita pela seção editorial do Partido Trabalhista), americanas e canadenses, difundiram as idéias enunciadas e, depois da guerra, uma nova tiragem francesa se impôs. Aparece esta edição, totalmente revista e ampliada, uma vez que a ciência da psicologia objetiva, base deste livro, havia acumulado um grande número de novos fatos de primeira importância e os acontecimentos políticos tinham mudado consideravelmente a face do mundo. O autor acreditou útil ilustrar esta nova edição com uma vasta bibliografia, com gráficos, que facilitam a compreensão dos fatos e das leis científicas enunciadas.
Poder-se-ia talvez reprovar o autor, por não se ter limitado a expor as idéias e as demonstrações científicas essenciais do principio da “violação psíquica das multidões”, bem como por se haver arriscado a fazer referência à atualidade política do momento histórico em que vivemos e, até mesmo, por tomar posição (um crítico, aliás benevolente, acusou-o de ser “sistemático”). Justificando-se, o autor desejaria dizer que, na sua opinião, a melhor demonstração da justeza das idéias enunciadas, que transforma a “hipótese” em “teoria”, é precisamente a possibilidade de fornecer provas extraídas do passado (nesse caso, por exemplo, a história da luta de 1932, na Alemanha) e esboços do futuro, corroborando essas idéias, seguindo logicamente a aplicação das leis enunciadas, nas realizações pressupostas, pode-se verificar o valor das primeiras.
Por outro lado, a análise da existência atualmente, por meio das novas normas, dá a impressão da “tomada ao vivo” da realidade concreta. Ademais, parece-nos que, fazendo uma crítica puramente abstrata, teórica, abandonamos o leitor a meio caminho, insatisfeito, pensativo. A crítica deve vir sempre acompanhada de propostas de soluções práticas, para ser construtiva. Enfim, cada ato humano deve ter, em nosso entender, um elemento social, um incitamento à ação, dirigido a outrem – se quisermos – um pouco de psicologia, que promova, que crie o élan otimista, fonte de progresso.
Ah!, o mundo está dividido hoje em dois campos hostis, que têm mútua desconfiança, que se preparam para se arrojar um sobre o outro e transformar esta terra maravilhosa que viu a aventura humana e onde tantos milagres do pensamento, da arte, da bondade se realizaram em um braseiro que só deixará ruínas fumegantes...
Ah!, tudo se polariza hoje em uma ou outra direção. Este livro procura ser objetivo, imparcial, e denunciar aos dois campos os fatos sem circunlóquios, perseguindo dois únicos objetivos: a verdade científica e a felicidade de todo o gênero humano. Pode-se, deve-se alcançar isso!
O autor sente-se feliz em agradecer cordialmente aos seus amigos M. Ch. Abdullah, M. St. Jean Vitus, que o ajudaram a rever o manuscrito, no que respeita à redação em língua francesa.

Serguei Tchakhotine
Doutor em Ciências
Professor Universitário.
Paris, 1° de setembro de 1952.



Extrato:
«É o roteiro a seguir. Ao lado dessa ideia, uma outra, a da Paz, assume igual importância: é preciso dizer ao homem desde a infância que a guerra é abominável, que é um crime. Enfim, é preciso propagar, criar o mito da Liberdade, ideia sublime da Revolução Francesa, cujas centelhas iluminaram, a uma distância de mais de cem anos, a grande flama libertadora da Revolução Russa e da Revolução Chinesa, que abalaram todo o hemisfério Leste, acordando a maior parte das massas humanas do mundo, deixando-as seguir por um novo caminho, associando-as ao progresso da cultura. Pois, os benefícios da cultura são e devem ser o apanágio de todos os povos e de todos os homens, sem qualquer distinção. Que certas classes sociais e certos povos se arroguem o direito de monopolizá-los em seu proveito, abandonando os demais a um estado de inferioridade e de carência, não é razão para estes negarem a cultura, desejar aboli-la, “quebrar as máquinas”.»

sábado, 28 de novembro de 2015

Um passo na difícil reconstrução do país





«Dia 27 de Novembro fica marcado como o dia em que a privatização do Metro de Lisboa e da Carris foi politicamente anulada. De facto, no debate, agendados pelo PCP, das iniciativas parlamentares para anular a subconcessão dos transportes públicos de Lisboa e Porto, ficou clara o compromisso de PCP, PEV, BE e PS em anularem essas subconcessões, e aprovarem um texto conjunto na Assembleia da República. Cabe agora ao Governo concretizar esta anulação e paralelamente lançar um vasto conjunto de medidas para inverter o rumo de degradação dos transportes públicos nestas cidades. O PCP saúda a luta heroica destes trabalhadores, e apela a que reforcem a sua unidade e determinação.»
E A LUTA VAI CONTINUAR

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A DIREITA RADICAL

(Pintura de Luis Dourdil)

A DIREITA RADICAL

A direita radical perdeu o pé e o nadador salvador deixou de lhes dar a mão.
A direita radical naufragou vítima do temporal eleitoral deixando os seus boys a boiar no futuro incerto pela refrega mas assegurado por quem serviram e emprega.
A direita radical vai mal com um só colete salva-vidas para dois náufragos e o comandante a arrumar as malas para mergulhar no merecido esquecimento.
Não é fatal sofrer a direita radical gestora do grande capital.
A direita radical olha de soslaio um governo original.
A direita radical julgava estar de pedra e cal e julgou mal.

CORRER COM A DIREITA RADICAL.
ERA FATAL.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Não baixar a guarda!


“porque los que son guerreros
verdaderos
no descansan descansando.”
Gil Vicente

Nada de euforias, a etapa terminada foi o mote das batalhas que se avizinham.

O inimigo está organizado, possui bastos meios e alianças poderosas, tem todos os órgãos de intoxicação social em seu poder e além do mais encontram-se em estado de choque e enraivecido.

Que os trabalhadores se reafirmem como classe reforçando a sua vanguarda e formando fileiras, preparados para as lutas que podem surgir inesperadamente.

Foram muitas as lutas e alguns cansados ou desiludidos questionavam-se: para quê tanto esforço, tanta canseira para nada.

O cansaço e o desespero são a derrota encapotada.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

SEIS DÚVIDAS E SEIS ESCLARECIMENTOS


«O Presidente da República solicitou ao Secretário-Geral do Partido Socialista a clarificação formal de questões que, estando omissas nos documentos, distintos e assimétricos, subscritos entre o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista "Os Verdes", suscitam dúvidas quanto à estabilidade e à durabilidade de um governo minoritário do Partido Socialista, no horizonte temporal da legislatura»

A resposta às dúvidas formuladas pelo suporte e mentor do PSD/CDS, estão preparadas desde há muito, são precisas e concretas:

a) aprovação de moções de confiança;
b) aprovação dos Orçamentos do Estado, em particular o Orçamento para 2016;

c) cumprimento das regras de disciplina orçamental aplicadas a todos os países da Zona Euro e subscritas pelo Estado Português, nomeadamente as que resultam do Pacto de Estabilidade e Crescimento, do Tratado Orçamental, do Mecanismo Europeu de Estabilidade e da participação de Portugal na União Económica e Monetária e na União Bancária;
d) respeito pelos compromissos internacionais de Portugal no âmbito das organizações de defesa colectiva;
e) papel do Conselho Permanente de Concertação Social, dada a relevância do seu contributo para a coesão social e o desenvolvimento do País;
f) estabilidade do sistema financeiro, dado o seu papel fulcral no financiamento da economia portuguesa.
SERÁ QUE AS DÚVIDAS PERSISTEM?