Ex-administradores da CGD em 2017 receberam quase 2 milhões de euros em indemnizações.
A Entidade
para a Transparência começa a funcionar em fevereiro por entre a neblina
legislativa e os lobbies enquistados no poder. Transparência ao lusco-fusco.
Ex-administradores da CGD em 2017 receberam quase 2 milhões de euros em indemnizações.
A Entidade
para a Transparência começa a funcionar em fevereiro por entre a neblina
legislativa e os lobbies enquistados no poder. Transparência ao lusco-fusco.
"Dar um rosto ao futuro
Porque ensinar é dar de nós a vida
Dizer que esta partida
É mais do que jogar
Porque aprender
É ter à frente a vida
É ponto de partida
Para depois navegar
Uma lição é um presente dado
Daquilo que o passado
Nos soube ensinar
É uma canção
De dar o que sabemos
De querer dar o que temos
Soletrando o verbo amar
Queremos dar um rosto ao futuro
E semear a flor que vai nascer
E construir o jeito de saber
Que unidos vamos ter
A força de chegar
Está a tocar
E vamos terminar
Dizendo que a esperança
Se pode ensinar."
Se estivermos com atenção
aos media, nomeadamente às televisões, constatamos que se promove a extrema-direita
e se esconde os que a combatem. O fascismo com a ferocidade que ainda nos
sangra, é a arma das democracias burguesas sempre que as contradições se agudizam.
(extrato de “A política desavergonhada”)
Público - 6 Jan 2023
António Guerreiro
(a imagem é minha)
«Encontramos uma exaltação das virtudes e
potencialidades da vergonha numa carta (muito conhecida por isso mesmo) que
Marx enviou a Arnold Ruge, em Março de 1843.
Nessa altura, Marx já se tinha instalado
em Paris, mas foi durante uma visita à Holanda que escreveu ao seu amigo:
“Estou em viagem pela Holanda. Pelo que posso saber pelos jornais locais e
franceses, a Alemanha está afundada na lama e aí se afundará ainda mais.
Asseguro-te que, ainda que me sinta longe de sentir o orgulho nacional, sem
dúvida que experimento a vergonha nacional”. E, a seguir, presumindo que o seu
interlocutor é bastante mais céptico do que ele e não tem nenhuma confiança na
vergonha, acrescenta: “Perguntar-me-á o que é que isso adianta. Não se faz a
revolução com a vergonha. E eu respondo-lhe: a vergonha é revolucionária [...].
Se um povo inteiro tivesse vergonha, seria como um leão pronto a saltar”. Marx
acreditava que a vergonha partilhada entre os oprimidos precederia o momento em
que ela seria dirigida contra o sistema, contra os desavergonhados,
manifestando-se como uma raiva contra a iniquidade do mundo e não contra o
próprio indivíduo portador de vergonha.
Esta espécie de crença política na vergonha (completamente diferente, por exemplo, da racionalidade política de Hobbes, toda centrada numa emoção branca e não vermelha, o medo), mostra que Marx tem aspectos muito actuais e interessantes precisamente nas partes menos centrais da sua “doutrina”. Uma política da vergonha revela-se hoje bem necessária.»
NÃO ESPERES
O TEMPO
Camarada
poeta: se puderes
pega na
palavra e não te cales
mais. Digo
que não esperes,
para cantar,
o tempo da colheita.
Agora a fome
é tanta
que a
palavra pão também se come.
Quem diz pão
diz fome e a fome de a não ter não é sobeja.
Digo que a
palavra seara faz crescer
o grão da
raiva de a não ter.
Digo que a
palavra fonte faz jorrar
rios de sede
até ao mar.
A palavra
trabalho, a palavra suor,
a palavra
amiga, a palavra amor.
A palavra
precisa, de vendaval ou brisa:
a que
denuncia, a que profetiza.
Digo que a
palavra que disseres
se pode
desfolhar como os malmequeres:
ou muito ou
pouco ou tudo ou nada.
O que não
pode é ficar calada.