Enquanto que os gorilas (que me desculpem os verdadeiros gorilas) prendem e assassinam o povo que luta pelo regresso do presidente que democraticamente escolheu, o "Público" manifesta as preocupações da direita mais revanchista: «O Presidente brasileiro Lula da Silva está a ser criticado por permitir ao Presidente deposto das Honduras, Manuel Zelaya, permanecer na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. O senador brasileiro Eduardo Azeredo disse que isso enfraquece a posição e a imagem do Brasl".
Uma outra coisa chamada "I" levanta a questão hondurenha em fundo de página.
O "esquerdista" Zelaya; foi deste modo que a Antena2, sempre de bisturi afiado para tudo o que cheire a progressista, se referiu ao Presidente das Honduras, homem eleito pela direita e que deseja unicamente minorar o sofrimento do seu povo.
Dançam todos ao ritmo imposto por Obama. O tal das grandes esperanças.
Estamos a contactá-lo de novoporter assinado no anopassado a petição «Os amigos da Irlanda votam nãopormim».
Infelizmente, o governo irlandês e a UE não respeitaram o voto irlandês contra o tratado de Lisboa. Emvez disso, o povo irlandês tem quevotar de novo «da maneiracerta», agora no dia 2 de Outubro de 2009.
Paraconvencer o eleitorado irlandês a votarSIM, o seuprópriogoverno e o ConselhoEuropeu fizeram promessas – legalmentenão vinculativas – emrelação à neutralidade, ao seuprópriocomissárioeuropeu, à leifiscal e ao aborto. Contudo, elesvãovotar uma segundavez, talcomoantes, exactamente o mesmotratado.
Na nossaopinião, é tão andidemocrático o eleitoradovotar duas vezessobre o mesmoassuntocomo o é o facto de se terem pura e simplesmente ignorado os trêsanterioresplebiscitos.
É porissoque lançámos uma novacampanha na Internetpara uma Europa pacífica, social, ecológica e democrática.
NO MEANS NO! Yes to Europe! No to the Lisbon Treaty!
Dear friends & supporters,
We get in touch with you again because you signed the petition “Irish friends vote no for me” last year.
Unfortunately, the Irish government and the EU did not respect the Irish vote against the Lisbon treaty. Instead, the Irish people should vote again “in the right way” now on October 2nd 2009.
In order to convince the Irish electorate to vote yes, their own government and the EU Council have made – legally non-binding – promises regarding neutrality, their own EU commissioner, tax law and abortion. However, they will be voting a second time on exactly the same treaty as before.
In our view, it is just as undemocratic to have an electorate vote on the same issue twice as it is to simply ignore the three previous plebiscites.
That’s why we launched a new campaign website for a peaceful, social, ecological and democratic Europe:
O objectivo principal do sondador? – Agradar a quemlhepaga.
Qual o tipo de sondaque utiliza e que no seuentender é a maiseficiente? - O eurãooucifrão, tanto faz.
O que aconteceria se os resultados das suas sondagens não agradassem a quem as encomenda? – Nãome pagavam.
A votaçãopara o PE não esteve de acordocom as projecções apresentadas. A quemimputartaldiscrepância? – Aos queme pagaram; desejavam que os resultadoseleitorais correspondessem ao produtoqueme encomendaram.
Mas, assim sendo, há alguma hipótese de que alguma vez as sondagens sejam credíveis? – Sim, para os queme pagam.
As sondagens sãocaras? – Paraquem tem dinheiropara as encomendar, não.
A quem vende as sondagens? – A quem os resultadosque apresento lhes agrade e melhorme pague.
Deste modo podemos concluirque há sondagens paratodos os gostos. - Sim. Tenho sondagens porcatálogocom preçário e possuo contactos telefónicos disponíveis a qualquerhora do diaou da noiteparasatisfazerencomendasurgentes.
Porquerazão na próprianoiteemque se publicitavam os resultadoseleitorais, e se denunciava o embusteque tinham sido as sondagens, nesse mesmomomento, jános estavam a infernizarcommais sondagens, agorareferentes às legislativas? – Porqueme pagaram.
As sondagens encomendadas têm objectivos político-partidários? - Nunca pergunto aos meusclientesqual o destinoque pretendem dar aos produtosquelhes vendo. Sou umprofissionalmuitodiscreto.
Os que foram matraqueados com os seusembustesvãoestardisponíveisparaacreditar nas próximas sondagens – Comonão foram elesquenos pagaram esquecem rapidamente.
Portanto é tudo uma questão de dinheiro! – Claro. E nãopoderiaser de outromodo. É umnegóciorentável, a clientela é segura e exigentemasmuito restrita.
Mesmoantes da campanhapré-eleitoral dava ao BE quase 18% e a CDU não passava dos 7% confirmando-se nas unas que a diferençanão foi além de umdécimo. Não crê queporvezesvãolonge de mais? – É meudeveragradar à clientelaquemepaga. Não contrario os bonsclientes.
Será que as sondagens não passam de palpitescomo diria a minhatia e os sondadores pregoeirospouco recomendáveis? - Não respondo a provocações.
Quando será que deixarão de lheencomendar sondagens? – Quando vivermos emdemocracia.
E quando é queisso acontecerá? – Quandodeixar de haversondagens.
O cavalheiro nestes últimos tempos apareceu com um discurso de esquerda e alguns ingénuos até se esforçaram por acreditar. Mas no momento preciso surge-nos tal qual é abraçando o neoliberalismo na pessoa de Sócrates.
Em 1975 em entrevista ao Le Monde afirmou: "A social-democracia não é possível em Portugal"
e perorou que a verdadeira questão estava em saber como organizar a transição para o socialismo.
Concluindo-se que continua a ser o mais ardiloso dos políticos desde sempre e que Maquiavel não desdenharia.
Ilustração que não resisti em surripiar a Fernando Campos cujo trabalho muito admiro.
“A utilizaçãosistemática das sondagens e a sua retoma pelosgrandes medias intimidam as pessoas, culpabilizando-as de não pensarem “como deve ser”. O debate é escamoteado e a democracia desfigurada.”
E Emmanuel Souchier et Yves Jeanneret continuam:
“O usoselvagem das sondagens esvaziou o debatepolítico, eclipsou os programas, dissolveu a fidelidade, baniu a vontade. Entretanto o homempolítico orienta as suasescolhas e inflecte a sua acção emfunção dos gráficos de popularidade. A opiniãoreinante é legitimada sob a capa da ciência.”
E os doisjornalistas interrogam-se:
“A democracia pode satisfazer-se com esta demagogiatecnocrática?”.
“Maisseguroque o controlo dos comportamentos é a drogadoce: “A “repetição” da sondagem “estabelece a tirania” e esvazia a vidapolítica dos seuscompostosessenciais”.
E concluindo uma análiseimpossível de sintetizar:
“Tornada mediamétrica, a democracia deverá fatalmente tornar-se numa mediocracia?”.
Noutra recente publicação “Élections et Télévision”umgrupo de especialistas coloca e responde a estas questões:Como é que no decurso de uma campanhaeleitoral se articulam três temíveis técnicas de manipulação: televisão, sondagens e publicidade, e qual o papelquedesempenha o dinheiro neste triunvirato?”.
Sondagens, antolhos para o nossodescontentamento, chocas para conduzirem a nossaraiva ao abate, diluente do espíritocríticoque se esvai.
O apoio de Belmiro a Louça é uma realidadeimpossível de escamotear. No Público de 18/9 a coberturadada ao seuguru é de arminho. Uma fotografia de 10X14,5 centímetroscom a sigla do Bloconosdoisterços da páginaquelhe dedica.
Comoprovocação, quase que em rodapé uma minúsculafotografia do Jerónimo de Sousa com 2,4X2,7 centímetros tapada pordoismicrofones a ilustrar umtexto proporcional à foto.
Para o BE cobertura de arminho,para a CDU umlençol esburacado.
É a democraciaimpostapelograndecapitalquenunca se engana nas apostasque faz.