sexta-feira, 30 de setembro de 2016

“as guerras do ópio a nível global”



Ministro alerta o Imperador: “Majestade, em breve, vosso império estará falido. Quanto tempo ainda vamos tolerar este jogo com o diabo? Logo não teremos mais moeda para pagar armas e munição. Pior ainda, não haverá soldados capazes de manejar uma arma porque estarão todos viciados.” (aqui)

São destruídos diariamente milhares de seres humanos sob o efeito de estupefacientes, lares perdidos para sempre, países debilitados social e economicamente. E tudo isto entrou na rotina. Fomentam-se guerras financiadas pela droga, os bancos enchem a burra, a indústria de armamento reforça-se e os media dão-lhes cobertura com hipócritas lamentações ou fingindo ignorar.

Sempre que aparece quem se rebele contra este flagelo planetário, os media de imediato metralham o insurgente. Raramente se estabelece um paralelo, se é que se tem estabelecido, entre as guerras do ópio que abalou a China e a guerra global de que sofre toda a humanidade e, tal como então, a quem aproveita o sofrimento deste genocídio consentido. (aqui)

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Uma saraivada de links…


Uma saraivada de links que permitem descarregar o livro do senhor Saraiva atafulhou-me a caixa do correio. Não fiz como o “moralista” que não assume abrir o vídeo pornô que lhe enviaram, não, eu fui direitinho ao capítulo “Álvaro Cunhal” tal como o Pacheco Pereira que aconselha a não comprar o livro leu, pelo menos digo eu, o capítulo em que é referido.

Não só por ser da mesma editora, veio-me à memória o último livro de Umberto Eco “Número Zero”.

Se o livro do senhor Saraiva está disponível na blogosfera a sua publicação não augurou proventos para autor e editora cujo labor foi amplamente afirmado através de um astucioso marketing.

Mais de três décadas nos intestinos do Expresso e do Sol, permitiu ao senhor Saraiva apresentar-se como espoleta de cargas explosivas em sanitas que só ele e o ou os destinatários conhecem.

Esta bosta poderá ser o “Número Zero”, o "Número Um" sairá ou não. Depende.

Entretanto no ‘Epílogo’ JAS deixa o recado
 
«Poucas pessoas terão tido, como eu tive — pelos lugares que ocupei — acesso privilegiado aos principais actores políticos ao longo de 35 anos, materializado em inúmeras conversas privadas.»

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Relendo

«Na terra dos pêndulos ronceiros. Onde os dias são todos iguais, nem há estações do ano, só crises de chuva aguda seguida de secas prolongadas, o tempo passa, mas ninguém nota. Os quotidianos monocromáticos não se distinguem uns dos outros, o dia que foi o de ontem pode ter sido também o da semana passada ou ser o de amanhã, parecem sempre os mesmos, lânguidos e amolecidos pelo calor e o pó amarelo, nada pula nem avança. E o fuso que tece todas as linhas horárias enleia-se numa cronologia que só desconta, não acrescenta.»

(Primeiro parágrafo do capitulo 18, pág. 221 de “Que Importa a Fúria do Mar de Ana Margarida de Carvalho)

domingo, 25 de setembro de 2016

Os farsantes


 
Um autocarro parado num descampado com passageiros selecionados, um helicóptero presidencial com seguranças q.b., um presidente que se mistura com o povaréu, é filmado e vai à vida.

Recordei Bush no Iraque com o peru de plástico na bandeja.

É assim que os trastes representam farsas à sua medida.

sábado, 24 de setembro de 2016

As armadilhas da televisão



Semiótica da Televisão

As armadilhas da "representação" televisionada

Nos modos de produção de “sentido” televisual, o problema do seu caráter representativo ou participativo tem também muita influência. Ao já de si odioso modelo de gestão dos “tempos televisivos” afogado pelo império da publicidade e do fundamentalismo de mercado, há que juntar o modelo intermediarista que a televisão comercial tomou como seu para nos impor o seu discurso, os seus gostos, os seus valores e dejeções ideológicas. Uma verdadeira calamidade.
A única coisa que pretendem é impor-nos alguém ou algo que “explica” tudo, com os seus meios e modos, a seu bel-prazer e conveniência. Leem-nos as notícias por eles seleccionadas e que dizem (com exagerado ênfase) ser “o mais importante”. Dizem o que devemos comprar, a que preço, com que “virtudes” e à custa de que condições. A crédito ou a pronto. Dizem-nos quem e o que é “belo”, “sedutor”, “sensual”, “atrativo”, “elegante” ou de ”sucesso”… impõem-nos os seus prazos e ritmos. Manipulam-nos o dicionário, o vestuário, o imaginário e o relógio. Em tempo real.

Há sempre um explicador para tudo, vendedor ou condutor… empenhado em ser o simpático, o eficiente, o esclarecido ou o iluminado. Disposto a levar-nos ao paraíso dos seus interesses políticos, ideológicos e comerciais. Principalmente comerciais. A televisão mercantil é uma máquina de guerra ideológica cravejada de intermediários que a tempo inteiro estão prontos para nos esvaziar a cabeça de qualquer ideia, de toda a possibilidade e oportunidade de participação autónoma. Há sempre alguém que conta anedotas por nós, há sempre alguém que canta canções por nós, que dança, que informa, que cozinha, que “sabe”, que “entende”, que “diz”, que “sorri”, que “saúda”… por nós e sem a nossa autorização ou prévio acordo. É o “mundo” deles que dizem “representar-nos”. E nós pagamos.

Os mais “espertos” apercebem-se da sua ditadura na representação e nos fingimentos e sabem assumir a forma de ”participação” que lhes convier, usando as pessoas como decoração, como meros figurantes de ocasião em encenações “democráticas” ou “populares”, quando tal lhes dá jeito. Dizem que “o público opina”, “participa” quando eles dizem, como eles dizem, até o que eles decidem. Democracia cronometrada. Não poucas televisões públicas estão infetadas com este veneno ideológico televisivo “representativo” que cansa, que dói, que ofende e humilha os povos “de todas as cores e latitudes”.

Não temos uma verdadeira Televisão Participativa. Salvo casos incipientes e dolorosamente incompreendidos, como a VIVE TV da Venezuela – no seu início – algumas televisões comunitárias que se conseguem salvar de intermediários parasitas de todo o tipo (igrejas, ONGs, partidos políticos oportunistas, Messias…) A Televisão Participativa, como Democracia Participativa, está por construir. É necessário muito trabalho e muita atenção crítica para eliminar das nossas cabeças (e das estações televisivas que os povos dirijam) o perigo de repetir o discurso burguês, o discurso do patrão nos écrans. Como se fosse nosso. São necessárias agudeza e experiência, desconfiança prática e vigilância científica, para não ser vítima da inoculação ideológica que nos representa como lhes convém.

A luta de classes também se expressa nos écrans. Não nos vamos cansar de insistir na urgência de romper com os modelos burgueses de comunicação, aproveitando criticamente só aquilo que seja aproveitável (fundamentalmente tecnológico) e rejeitando tudo o que de mais odioso tem um modelo de “produção de sentido” em Televisão, especializada como ela está em apagar dos olhos dos povos os próprios povos e em criminalizar os líderes sociais e as lutas sociais que desenvolvem esforços inimagináveis de participação na criação de um mundo novo, justo, sem guerras, sem fomes, sem classes e à vista de todos. Acabemos com a propriedade privada da televisão e com os monopólios. Uma Televisão Participativa é possível, é necessária e urgente.

Fernando Buen Abad
Tradução CS/APS

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Desgraçado país…

Estado de emergência em Charlotte USA, terceiro dia de repressão no coração da besta.
O povo luta no ventre da besta, a mesma que fomenta os mais hediondos crimes em todo o planeta. Cratera que vomita a barbárie a que nem o próprio povo escapa. Este ano já foram abatidos pela polícia branca quase 200 afrodescendentes, é a lei da bala dos que em todo o mundo impõem a lei da bomba.