(desenho do inconfundível Fernando Campos)
Politicamente correcto seria usar o re-nhau-nhau convencional. “Vivemos em democracia”, tanto nos é permitido ir à caça aos
gambozinos como fundar um partido político. Somos “livres”! Hurra!...
Incorrecto, sectário e
anti-democrático é olhar para o cortejo de cabeçudos e
gigantones e dizer que o rei vem lá e está em pelota.
(Rui Tavares em entrevista ao Público)
Havia tantas esquerdas no partido que o albergou,
que bem poderia, reconhecido
que devia estar, pôr ordem nesse saco de gatos, mas não. O Tavares
tem horizontes mais vastos. Vai unir as esquerdas a reboque do Soares que meteu o socialismo no
cofre-forte da direita.
Os partidos das esquerdas não se
entendem, a solução está em fundar mais um partido das esquerdas sem grilhetas para que a barafunda seja cada vez mais “livre”, não se sabe bem de quê. Embora de
designação confusa, este partido pode dar início a um novo ciclo político-partidário.
Um partido político apartidário que, caso não resulte, os
dissidentes do “livre” possam organizar o partido “mais livre” ou o “ainda mais livre” seguido do
“libérrimo” e assim sucessivamente, não pondo de parte o “livre directo” ou em último recurso o “penálti”.
O Tio Belmiro, que gosta muito das esquerdas, e até pertenceu a
uma comissão de trabalhadores, está sempre disposto a dar uma
mãozinha para ajudar as “esquerdas livres”. O Tio Belmiro promoveu
o Louça e, bem entendido, é seu dever ideológico ser simpático para com o “livre”, e foi. Cliente do “Tavares
Rico” nada lhe custou oferecer duas páginas ao projecto
do “Tavares Livre”.
Por falta de imaginação,
foi às Honduras, fez uma cópia e acrescentou-lhe a papoila
A novíssima Carmelinda Pereira aí está, com menos cabelo mas com as mesmas
motivações, para se juntar aos outros defuntos cromos, gerados pela pequena e média burguesia que
desorientada, não se consegue libertar da ideologia dos que as exploram.