domingo, 28 de junho de 2015

O que é que eles têm na manga?


 “Se a Grécia quiser fazer um referendo, poderá ser útil”.

“O governo tem o amplo apoio popular, é um mandado recente, não devem ter de maneira nenhum medo da vontade do povo”.

“Talvez esta seja a forma correta de deixar o povo decidir se está pronto para aceitar o que é necessário ou se eles preferem ter a outra coisa”.
Wolfgang Schäuble
“Um referendo sobre a presença da Grécia no euro é possível, mas isso cabe ao Governo grego decidir”.
Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz

Ou como se destrói um país:

A Grécia tem um exército de 109.000 soldados, dez militares para cada 1.000 habitantes, a maior percentagem de toda a UE. A Espanha 2,5 e França 3,5 por cada 1.000.

Nos últimos dez anos – Nova Democracia e PASOK – despenderam em média 4% do PIB na Defesa. Em percentagem a Grécia só foi superada pelos EUA.
No mesmo período importou 12.000 milhões de euros em equipamento militar e, de 2005 e 2009, antes do resgate, foi o quinto maior importador de armas do mundo.

A Grécia tem 1620 veículos blindados, mais que a Alemanha, França e Itália juntas, em grande parte importados da Alemanha a quem estão devendo 4.000 milhões e à França 3.000 milhões que incluem 2.000 milhões dos submarinos que inclusive têm um defeito de desenho.

Continuam com compromissos para adquirir mais material bélico, não tendo sequer dinheiro para comprar combustível.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

GRÉCIA, OS VERDADEIROS NEGOCIADORES


Porque é que as negociações de gabinete nos são apresentadas como difíceis, com tantos avanços e recuos de fachada, melhor, por cada avanço das negociações há um recuo do governo grego?
Porque os verdadeiros negociadores são estes e não os pilantras que por eles se fazem passar.
Pelo Socialismo
Manifestação da PAME1
23 de junho
TODOS À RUA

Mobilização do povo para bloquear o novo e algoz acordo antipopular e o novo pacote antitrabalhadores com que nos querem sobrecarregar.

Não aos memorandos de longa duração e às medidas que
levam o povo à falência

Já derramámos sangue bastante! Basta, já pagámos!
Tomai a situação nas vossas mãos!
Temos o dever de resistir, pelas nossas vidas e dos nossos filhos!
A solução está nas lutas que levantam as bandeiras dos interesses dos trabalhadores, nas causas que defendem os nossos direitos e necessidades e não os dos patrões. A solução está na luta nos locais de trabalho, no contra-ataque aberto e frontal contra os nossos exploradores, aqueles que são os beneficiários das novas e brutais medidas.
Temos as nossas próprias linhas vermelhas.
Viramos as costas àqueles que querem que nós aplaudamos o governo grego e os seus parceiros, apoiantes duma negociação que nos empurra para a pobreza, em benefício dos lucros de uns poucos.
Viramos as costas aos defensores da União Europeia, das uniões capitalistas e dos seus serventuários, que se manifestam pelo seu direito de continuarem a viver do trabalho duro dos outros, de continuarem a explorar cada vez mais pesadamente a grande maioria do povo.

1 PAME: acrónimo, em grego, de Frente Militante de Todos os Trabalhadores. – [NT]
2
Não temos qualquer relação com eles! Não estamos sós!
Não colocamos os nossos slogans e lutas sob bandeiras alheias. Não temos os esmos interesses, as mesmas necessidades, os mesmos problemas e dificuldades dos nossos exploradores.
Ou se está com os monopólios ou com as necessidades do povo! Não há outra via!
O nosso caminho é a luta, a rutura com a UE e os monopólios.
Nenhum apoio ao novo memorando, não importa como seja chamado!
Nenhuma aceitação às brutais políticas antitrabalhadores da UE!
Em 11 de junho, mais de 700 organizações populares deram uma forte
resposta, em 60 cidades, em toda a Grécia.
Na terça-feira, a voz dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens e das
mulheres será ouvida mais uma vez.
As nossas lutas não são um jogo nas competições dos monopólios, nas propostas e
políticas da UE, do FMI, do BCE, da Rússia, da China. O povo não tem interesse em escolher a corda com que será enforcado. O seu interesse é questionar o seu poder.
O “caminho único” da UE é comprovadamente desastroso, prejudicial para os
interesses dos trabalhadores e do povo.
Todos à Luta!

Trabalhador, desempregado, jovem, não aceites:

• O novo e a velha legislação que destrói a segurança social;

• Os golpes contínuos no rendimento do povo, os salários e as pensões;

• Os novos e gravosos impostos.

As nossas vidas não podem suportar mais medidas. As nossas necessidades não
podem esperar! Aqui e agora, contra o terror e as chantagens, exigimos:

• Aumentos nos salários, pensões e benefícios sociais;

• Reposição de todas as perdas;

• Restabelecimento dos Contratos Coletivos;

• Abolição de toda a legislação antitrabalhadores;
• Proteção real dos desempregados.

Organizamos a nossa resposta!

Fortalecemos as nossas forças!
3

Fortalecemos nossos sindicatos, em todos os ramos! Damos uma
resposta de luta! Vencemos o medo, as chantagens, as ameaças dos
patrões, do governo grego, da EU-FMI-BCE.

Só o nosso poder pode abolir a legislação antitrabalhadores, os
memorandos e os patrões!

terça-feira, 23 de junho de 2015

‘La commedia è finita’

- lindo menino -

A encenação foi quase perfeita, e o povo grego que escolheu os atores, acreditou no guião. Compreende-se! A esperança que fabrica ilusões devia ensinar que não podemos ser espetadores dos nossos sonhos, pois só com a nossa participação ‘o mundo pula e avança’.
A luta de classes agudiza-se e o poder recruta os seus peões de brega na pequena e média burguesia. Gente mais sabida que sabedora e que nos apresentam como sábia. Dizem-se apolíticos, apartidários e sem ideologia, embora a própria afirmação seja já o seu contrário.
O povo voltou à rua exigindo que as promessas sejam cumpridas. A rua, parlamento por excelência, desde sempre.

Por cá, de modo caricato, procuram-se encenações decalcadas em papel de embrulho. É o PDR do Marinho, o Livre/Tempo de Avançar e outros Beppe Grillo que os mídia promovem.

sábado, 20 de junho de 2015

Qual a cor do camaleão?




Os surfistas da política

“O receio de que o poder se perca, ou o respeito diminua, é o que ocupa cruelmente aos que estão em lugares eminentes; nestes ninguém está seguro, nem ainda os mais felizes, porque se uma mão poderosa os sustém como elevados no ar, pode largá-los, e quando crêem que estão em assento firme, não estão senão suspensos”
Matias Aires
(Reflexões sobre a vaidade dos homens - 1752)

As férias aproximam-se e as eleições também.

Nestas férias joga-se o Jackpot para os “ventosas” do poder. O costumado ripanço nas Caraíbas, pago com projectos indevidos ou “subsidiado” pelo Fundo Social Europeu, luvas e outras ferraduras, está de quarentena.

Os surfistas da política, exímios em apanhar a onda que vai mais alto e mais longe, vão seguir a peugada dos possíveis “ministeriáveis”, desmultiplicando-se em encontros “casuais”, encavalitados em sorrisos panorâmicos abrangentes e velhacos. A nova vaga videirinha perfila-se no horizonte político, esfaimada, sôfrega!

Férias trabalhosas, de golpes e fintas e muito equilíbrio na corda bamba das sondagens que espartilham sabiamente o jogo eleitoral. O tempo é escasso, urge fazer a relação criteriosa dos amigos, dos amigos dos amigos, com apetência para chafurdar na mesma malga, dos amigos de outros amigos. (Amigo!... Onde chegaste, belo vocábulo!).

Numa coreografia de enganos, a simulação deverá ser um estado de espírito e na representação respeitar meticulosamente a marcação. Camalear, o verbo sempre presente.

Os golpes de mágica que farão aparecer o autocolante adequado à ocasião, já muito usado se possível, aparentemente esquecido no porta-moedas sempre disponível. Pode ser um bom trunfo.

Olear portas emperradas por algum “mal-entendido” rendível em determinado momento, hoje potencial empecilho. É importante.

Esquecer de alimentar os contactos com industriais, comerciantes e outras tetas, deixando-as secar no calor eleitoral que aperta, poderia ser trágico.

Os lobos dos lobbies são uma boa pista a seguir, funcionam em matilha, focinho erguido face ao vento ou mesmo à brisa eleitoral. Não lhes escapa o mais tenuíssimo odor que a vitória exala distinguindo também à distância o fedor da derrota. Não os percam de vista!

É necessário proteger a retaguarda. Os compromissos sociais são muitos: Apartamentos e moradias de férias, carros para toda a família, as vestimentas de marca que definem a classe, os clubes nocturnos e os restaurantes onde se coscuvilha e tramam “negócios”.

Um mundo caro e de alto risco, o dos lodaçais, leito ideal para girinos (peixe-cabeçudo),  onde se desenvolvem seres primários de olhar frio e dente aguçado, todos de grande resistência, embora de vida agitada e efémera. Renascem com as primeiras chuvas e em cada acto eleitoral.

Não é necessário dizer-lhes para não terem vergonha porque tão pouco sabem o que seja.

Apostem forte. Rastejem, e na próxima legislatura proponham a eliminação da palavra “nojo” cuja fonética por si só enjoa.

Coragem, vocês não sabem ser de outro modo. Não desanimem, são os maiores!
Os maiores vermes da democracia!

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Os farsantes e os tontos



Há menos desempregados e muitos tontos que embarcam nas patranhas dos farsantes de serviço no governo e nos mídia.
Foi como se nestes cinco últimos anos tivéssemos ficado sem a população de Coimbra 106.000, Viseu 50.000 e Guarda 43.000.

E deste modo, que a Mathus muito agradaria, vão solucionando os nossos problemas até ficarem só eles, cheios de dinheiro e piolhos.