quarta-feira, 31 de julho de 2013

GALERIA de governantes – O Vice



 Vicejou de tal modo que chegou a vice. Será d’ora avante o nosso interlocutor com os “mercados” de peixe grosso, a troika.
Foi um árduo caminho de beijos e mau hálito, abraços e palavrões.
A Bem da Nação! Pois então. 

música adequada à imagem

segunda-feira, 29 de julho de 2013

EM NOME DA AMIZADE



«Para ler antes, durante ou depois das férias»

 
Sete dias tem a nossa vida nova e este é o sétimo mas nem por isso descansaremos”
José Casanova, “O Caminho das Aves

Durante sete longos-breves dias, vivemos com o narrador as cinquenta primeiras páginas, que outras não conhecemos assim perfeitas no olhar sobre acontecimento havia tanto ansiado.
É também o primeiro contacto com algumas das personagens deste belo romance, “O Caminho das Aves” de José Casanova, das quais teremos conhecimento retrospectivo das suas vivências, na construção de mais uma importante etapa nesta gesta de gente que faz a história e, porque a não escreve, dela não fica relato; homens e mulheres que, porque humanos são, das suas contradições têm consciência e encontram na amizade o núcleo que congrega forças, aperta laços, levanta pontes a caminho da liberdade.
E assim acompanhados, sem que disso tenhamos consciência, mergulhamos no livro como se não o estivéssemos lendo; dialogamos com as personagens, percorrendo a cidade, o país, agitado por idênticas preocupações, envolvidos pelo suave sentimento da amizade, pilar estruturante deste romance de grande actualidade e utilidade incontestável.
De olhos marejados, frente a um livro que nos enternece, letras, frases, todo o texto surge desfocado pela emoção.
Isto porque “O Caminho das Aves” é um livro impregnado de solidariedadeem nome da amizade do amor e da ternura”, sem deixar de ser um romance de enorme lucidez, alicerçado em valores perenes que nos tocam, de modo indelével, oferecendo-nos os caminhos do futuro.
Se há prazeres que a literatura nos proporciona, são justamente aqueles em que, forçados pela emoção ou retidos pela razão, suspendemos a leitura, deixando o pensamento percorrer “o caminho das aves” e assim, de olhos fechados, sentindo a delícia do sonho ou da aventura, regressarmos à realidade da ficção que nos é proposta.
Se o livro de José Casanova desperta recordações aos que viveram determinada época, mostra aos mais novos o modo como se tece a resistência, se desbravam caminhos e se organiza a revolta, fortalecendo fracas vontades e não menosprezando pequenas razões.
Além do mais, “O Caminho das Aves” empresta asas ao pensamento, à imaginação, ao sonho onde habita o impossível, dando coragem aos que acreditam queoutro mundo é possível”, e mostrando aos cépticos que, principalmente nas difíceis encruzilhadas da história, rejeitando oportunismos e afirmando princípios, é possível unir esforços, saberes e compreensão para seguirmos o caminho adequado, ultrapassar barreiras, evitar ciladas e romper cercos.
Sendo “um hino à amizadecomo muito correctamente tem sido denominado, “O Caminho das Aves” é também um livro que enfrenta com determinação a história recente que soubemos construir e revisitamos com orgulho, “porque los que son guerreros / verdaderos / no descansan descansando.” Recado que Gil Vicente nos deixou há quase quinhentos anos e o autor perfilha.

Cid Simões
crónica - Setembro de 2002

A RENDIÇÃO INCONDICIONAL


Soares e Machete
assinando o tratado da submissão de Portugal à CEE




«É uma visão idílica imaginar que o Mercado Comum é uma associação de países ricos e filantrópicos, prontos a ajudar os países mais atrasados. O PCP tem assumido a defesa das relações económicas e comerciais com a CEE. Mas tem considerado que uma integração provocaria ainda maiores dificuldades à economia portuguesa… Os países do Mercado Comum defendem os seus interesses próprios e por eles estão prontos a sacrificar os interesses dos outros. Mesmo quando admitem o alargamento da comunidade a Portugal, Espanha e Grécia, não é para ajudarem os países que estão de fora mas para que a entrada destes sirva os interesses dos nove que estão dentro... Nós, comunistas, não aceitamos que as decisões acerca dos problemas nacionais caibam ao imperialismo, caibam ao estrangeiro!»

(Álvaro Cunhal, «Discursos», 1980)

domingo, 28 de julho de 2013

COM A DEVIDA DISTÂNCIA


Os malabaristas políticos começam por brincar com uma bola vulgar e, aplaudidos, entusiasmam-se e jogam com as nossas vidas.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

ARRUFOS E RUFIÕES

COMO É DIFERENTE O AMOR EM PORTUGAL
  
Nem a frase subtil,
nem o duelo sangrento...
É o
amor coração,
é o
amor sofrimento.
Uma
lágrima...Um beijo...
Uns
sinos a tocar
Um parzinho que ajoelha
e
que vai casar.
Tão simples tudo!
Amor, que de rosas se inflora:
Em sendo triste canta,
em sendo alegre chora!
O
amor simplicidade,
o
amor delicadeza...
Ai,
como sabe amar,
a
gente portuguesa!
Tecer de sol um beijo, e,
desde tenra idade,
Ir nesse beijo unindo o amor
com a amizade,
Numa
ternura casta
e numa
estima sã,
Sem saber distinguir entre
a
noiva e a irmã...
Fazer vibrar o amor em
cordas misteriosas,
Como se em comunhão se
entendessem as
rosas,
Como se todo o amor fosse
um amor somente...

Ai,
como é diferente!

Júlio Dantas

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O retrato da alma



Reparem bem na fácies destas duas criaturas.
A expressão de desdém do mais velho e o olhar de zombei do outro comparsa.
 Por detrás da máscara está o indivíduo.
Duas raposas com grande traquejo em malabarismos na arte do engano.
Mergulhados em negócios de águas turvas, a desconfiança mútua é tamanha que quando se encontram protegem a carteira.

O rosto é o retrato da alma

Destes desalmados

terça-feira, 23 de julho de 2013

Basílio de Cesaréia e o Papa Francisco



Basílio de Cesareie (329 - 1 de janeiro de 379) nasceu na Cesaréia, capital da Capadócia, Ásia Menor no seio de uma família profundamente cristã.
 
«Os bens presentes, de onde vieram?

Se dizes que vem da sorte, és um ateu porque não reconheces o Criador, e não percebes a vontade d’Aquele que te providenciou.
Se confessas que eles vêm de Deus, diz-nos a razão pela qual os recebestes.

Será Deus injusto, Ele que distribui de maneira desigual os bens necessários à vida?

Porque será este rico e aquele pobre?

Tu que cobres todos os teus bens nas pregas de uma insaciável avareza, pensas não prejudicar ninguém despojando tantos infelizes?

Quem é então o avarento? É aquele que não se contenta daquilo que lhe basta.

Quem é o espoliador? É aquele que desvia os bens dos outros.

E não és avarento? Não és espoliador, tu que, dos bens que recebeste a administração, fazes teu próprio beneficio?

Aquele que despoja um homem de suas vestes será chamado de ladrão, e aquele que não veste a nudez do infeliz, podendo fazê-lo, não merece o mesmo nome?

Ao faminto pertence o pão que reservas; ao homem nu, o manto que guardas nas malas; aos descalços, as sandálias que apodrecem em tua casa; ao necessitado, o dinheiro que conservas enterrado.

Assim cometes tantas injustiças como as pessoas a quem poderias dar Basílio de Cesareie.

O Papa Francisco, mais rico que Cresus, chegou ao Brasil como apóstolo da pobreza, vigário de Cristo, espojando-se no ouro sangue dos pobres, arrasta com a sua arenga milhões de espoliados. O maior banqueiro de sempre que empresta a juros a salvação das almas, juros que envergonhariam o mais refinado agiota. O Papa Francisco que acarinha os pobres e não se insurge contra a pobreza, a sua maior riqueza.

O negócio das almas por milagre se mantém.