A barbárie está legitimada, observamos os crimes
em direto, não nos revoltamos, os governantes e a sociedade civil preocupam-se
com a Venezuela e continuam a cooperar com os sionistas. É a vida, diria
Guterres.
E
rasgar o recto com um pau, é legítimo?
Público - 10 Aug 2024 AMIR COHEN/REUTERS
1. Será de
graça e basta um telefone. Não devia ser para menores, mas muitos dos
torturados são menores. Não devia ser para ninguém, mas continua a acontecer
agora. Então, é para quem está vivo agora.
Começo com
aquele já histórico diálogo no Knesset, parlamento de Israel, a 29 de Julho:
“E inserir um
pau no recto de alguém, é legítimo?”, pergunta o deputado exaltado,
interrompendo outro.
“Cale a
boca!”, diz o interrompido. “Sim! Se for um Nukhba, é legítimo fazer-lhe tudo!
Tudo!”
O vídeo está
online, com legendas em inglês, fácil de achar.
Os Nukhba são
comandos do Hamas. Depois de 7 de Outubro, Israel prendeu milhares de
palestinianos sem culpa formada. Cerca de 1400 foram levados para Sde Teiman,
base no deserto do Negev, a cerca de 30 quilómetros de Gaza. Desde então
“centro de detenção”, comparado a Guantánamo por quem de lá saía. Em
Maio-Junho, relatos de tortura chegaram à CNN e ao The New York Times. Sob
pressão, Israel retirou centenas de detidos, não todos. No fim de Julho, a
polícia israelita foi lá buscar nove soldados reservistas, suspeitos de
violarem um palestiniano que estava no hospital de costelas partidas, recto
rasgado e intestinos rompidos, devido a penetrações com um objecto, diz o
relatório médico. Ben-Gvir, o supremacista de extrema-direita que é ministro da
Segurança Nacional, incendiou as redes dizendo “tirem as mãos dos nossos
heróis”. Smotrich, ministro das Finanças, idem. Uma turba de israelitas
disparou para Sde Teiman, trepando vedações, empurrando guardas. Talvez a
primeira invasão do mundo pelo direito inalienável a violar.
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