Malgrado certa resistência (quase) subconsciente minha, a Política interessa-me. A nacional tem, é claro, primazia. Com o espessar da idade, ocorre comigo um paradoxo inelutável, este: indignação & divertimento mesclam-se em simultaneidade. Roubalheiras, indecências, oportunismos, pilhagens & pilhérias – tudo concorre para fazer do meu espelho uma espécie de altar de santo, mesmo que de-trazer-por-casa.
Assim dado intróito a rebate, mais digo: as cenaças correntes de CDS-PP & PPD-PSD são maravilhosas. Ao avesso do que sucede no Bloco de Esguelha, no CDS não compensa a garotice inimputável. Queira-se ou não, aquele foi o partido de um Adriano Moreira – como pode, pois, ser o mesmo sob a égide creche-&-desaparece de um Chicão? No partido fundado por Sá Carneiro, a novidade é nenhuma: desde 1974 que aquele é um atol em que se entredevoram barões & tubarões… de escabeche.
Quanto ao senhor Presidente da República, continua a ser o que de ser nunca deixou: um comentador de café com o chinelinho a puxá-lo para a feira. Qualidade suprema de Marcelo: não ser Aníbal. É uma figura de (aparente, ao menos) bem com a vida, não um espantalho ósseo-cadaveroso – digo eu sem estar a ser encomiástico.
O resto é o resto: impensavelmente subido ao secretariado-geral da ONU, o pantanófobo Guterres, o mui católico António Guterres – lá anda nas pantalhas dos mundos de cristal. Eriça-me a penugem da nuca vê-lo em constante posição de bajulador dos oprimidozinhos, dos refugiadinhos, dos pobrezinhos – nem uma simbiose dos padres Américo & Cruz com a Teresinha de Calcutá & a Vossa Senhora de Fátima seria tão sant’antónica quanto este Guterres de crucifixante parlapiê.
1 comentário:
Um rebuçado embrulhado em humor.Abraço
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