Hoje vai a sepultar mais um trabalhador lançado no desemprego. Suicidou-se!
Rondava os cinquenta anos e tinha a seu cargo toda a família.
Não suportou a agressão.
Os desempregados que se suicidam são anónimos.
entretanto
Os mídia publicitam o passamento de um ex-governante e economista que de entre muitos outros méritos negociou a adesão de Portugal à então CEE e aplicou o programa do FMI no início dos anos oitenta. Foi um dos responsáveis pelo caos em que nos encontramos. Sugeriu os despedimentos, a redução dos salários de 15 a 20% na Função Pública além da aplicação da extorsão dos nossos direitos sociais.
Estes poucos dados servem para saberem de quem se trata.
Era venerado pelos banqueiros e o grande patronato.
Cada classe tem os seus heróis.
Adenda:
«Como ele reconheceu, várias vezes, em público, sempre o apoiei no seu dificílimo trabalho, sobretudo quando outros ministros o criticavam, em razão dos cortes que o FMI nos obrigou a fazer. A história às vezes repete-se...
Ficámos muito amigos desde então. Ernâni Lopes preparou Portugal para o choque da entrada na CEE e quando o Governo foi substituído entregou ao novo primeiro- -ministro, Cavaco Silva, um país equilibrado.
Portugal deve muito a Ernâni Lopes. Perdeu uma das suas grandes personalidades. De todos os pontos de vista: ético, económico e político.»
Mário Soares
4 comentários:
Nem mais!
Lá ele!
Tens toda a razão.
Por um lado, há suicídios que são verdadeiros assassinatos silenciados e impunes.
Por outro, glorifica-se, na morte, quem, em vida, protagonizou actos e políticas que combateram caminhos de esperança e futuro ao serviço de interesses egoístas, desigualdade e exploração.
São reflexos da luta de classes, na vertente ideológica, que é feita sem olhar a meios por quem tem poder nas mãos e na comunicação.
Os nossos heróis são homens como Joaquim Gomes que aos 6 anos era operário vidreiro e morreu lutando pela sua classe, como o fez toda a vida.
Um grande abraço
Mas os verdadeiros heróis,o Povo martirizado, são esquecidos e glorificados os que até ao suicídio o levam.
Um abraço.
Defendeu últimamente o acesso à pensão de velhice dos Portugueses somente aos 67 anos.quando o dito cujo já era detentor de uma reforma dourada do Banco de Portugal desde os 47 anos.
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