domingo, 20 de novembro de 2011

NÃO HÁ ALTERNATIVA!?

NÃOALTERNATIVA!?

“Crises, decadências, nascimentos, renascimentos…

vão atapetando um século surpreendente.”

Jorge Beinstein

“Não, à alternativa!” Ao negá-la, os que tal impõem forçam que se entenda que não existe qualquer alternativa, que “não alternativa”.

E porqueTodo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades”, (a inteligência Lusa existe!), múltiplas alternativas diariamente se perfilam! Espíritos abertos a novas experiências procuram outros caminhos para fugir ao pensamento único que embrutece e definha os que se deixam enlear pelo silvo da serpente que os enleva e adormece.

Qualquer ténue sombra de mudança amedronta o mais ousado conservador e, porque estremece ao vislumbrar qualquer esboço de alternativa, sempre que disso se apercebe puxa da matraca e liquida-a à nascença.

É verdade que o sistema está em rotura, que os objectivos sociais e económicos estão longe de serem atingidos, retrocedendo em todas as áreas; mas é assim, que havemos de fazer, é o destino. Dizem eles.

Vivemos numa constante instabilidade, o futuro reflecte o passado recente que gerou este presente sem futuro. Sim, claro, mas não há alternativa! Não há nada a fazer, acabou-se, não se fala mais nisso.

Fukuyama é o seu ideólogo de estimação, e o “Fim da história e o último homem” a bíblia que os dirigentes melhor digerem sem a ajuda de bicarbonato de sódio; uma análise de classe, primária, rasteira, cheia de lugares-comuns e citações deslocadas que nos dão a exacta dimensão dos principais cérebros do neoliberalismo. Leiam-na se tiverem estômago forte, emprestada se possível, para não vos empestar a biblioteca.

A história acabou; dialéctica, convulsões sociais, fruto das inevitáveis contradições, são questões de somenos importância, o processo histórico é alheio a tudo isto; a história chegou ao fim, o nosso planeta parou, ponto final.

Aos intelectuais de serviço as alternativas causam-lhes azia; dissertam e advogam que, porque não põe em causa o sistema, não se deve ir além da alternância; as duas faces, a mesma moeda.

Se lhes citarmos Isabel Rauber que nos diz “não existir um todo predeterminado final, a que tenhamos de “chegar”, nem um tempo e um caminho fixados para isso, que o todo vai sendo delineado entre os diversos actores populares com a sua participação, os seus ritmos e os seus tempos,” não compreenderão ou fingem não entender, voltando à mesma arenga: “nãoalternativa”.

Fazendo apelo ao imobilismo, os conservadores mais não pretendem que conservar os seus privilégios. Os sete biliões de seres humanos são tidos como acéfalos e está assente que aceitarão, de braços caídos, a canga que lhes impõem, sem tão-pouco tentarem alijar a carga.

Tudo está calmo, não se vislumbram quaisquer perturbações, o rei continua bem enfarpelado aos olhos de quem não consegue ou não o quer ver em pelota.

Entretanto, o planeta em que nos abrigamos parece mais um gigantesco explosivo cujo pavio continua a arder a fogo lento.

Designámo-nos de Homo sapiens e, aceitando a classificação que nos coloca no nível superior de todas as espécies, não nos reconhecem a capacidade de abrir novos caminhos, criar melhores soluções, encontrar, em suma, outras alternativas.

E, contudo, ela move-se! Não é verdade Galileu Galilei?

2 comentários:

trepadeira disse...

Claro que há alternativa,vamos a ela.

Um abraço,
mário

Fernando Samuel disse...

Uma vírgula e um h fazem toda a diferença...

Um abraço.