10 SEGUNDOS DE FUTURO!
Numa lixeira ao fundo do quintal, junto a um muro desventrado, por entre blocos de basalto, a roseira intrépida cumpria a sua condição de flor e, da base negra multiforme, todos os anos, em data aprazada pela natureza, uma rosa vermelha abria-se ao sol para me entregar uma mensagem de beleza e esperança.
Há imagens que marcam para sempre uma criança e essa rosa vermelha, "príncipe negro" de seu nome, os meus cinco, seis anos nunca mais esqueceram. Porquê?
Porquê muito mais tarde, num triturador de lixo (também denominado televisão) uma imagem brotou inesperada e relembrei essa flor?
Dez segundos de futuro, soterrados de imediato por sucessivas enxurradas de detritos televisivos; tempo suficiente para alertar os cépticos que a esperança é forjada na luta inseparável de desaires e alegrias.
As manifestações estudantis eram notícia. Após carga policial, os alunos do secundário voltaram a reagrupar-se; jovens, faziam a aprendizagem da afirmação necessária: irrequietos, inconscientes muitos. E como poderia ser de outro modo?
As câmaras passeavam-se por entre os manifestantes procurando pormenores, nem sempre dignificantes, e quando pensava que iriam continuar a soterrar-nos de imagens sem sentido, uma objectiva colhendo ternura chama a primeiro plano o rosto de uma jovem.
Lembram-se?
Fisionomia determinada onde a dor e a raiva se abraçavam e as lágrimas uniam, entoava: "Grândola, Vila Morena!".
Sentada no chão chorava, e por entre soluços sentidos semeando no presente melodias do passado recente onde leveda o futuro, cantava.
Na terra semeava lágrimas e canções no ainda débil viveiro do seu descontentamento. É por aí que se inicia a sementeira!
Ao levantar-se ninguém ou coisa alguma a poderá deter. A seara está feita; penoso será o caminho que a levará à colheita. Como qualquer bom camponês há que estar atenta e recomeçar, recomeçar sempre, sempre, sempre!
Este rosto guardei-o na galeria das belas imagens da minha vida porque me deu força e reforçou o orgulho de continuar a acreditar que o testemunho é sempre bem entregue às gerações que nos sucedem.
E a quem o poderíamos confiar?!
Recordando, lembranças nos chegam arrastando imagens, sons, poemas, livros! E num dos marcos desta minha alameda de emoções está inscrito o "Rumor Branco", primeiro livro do grande escritor Almeida Faria que, em síntese, profundidade e beleza nos recorda que ".....os homens não nascem mas se fazem, a cadistante se fazem e nisso está a liberdade deles....."
Confiante e determinada lá estava no 25 de Abril e no 1º de Maio.
Continuando a caldear sonho e liberdade não vai faltar no próximo sábado dia 11 de Fevereiro no Terreiro do Povo.
Vão conhecê-la na alegria dos jovens que nos recebem o testemunho.
Há imagens que marcam para sempre uma criança e essa rosa vermelha, "príncipe negro" de seu nome, os meus cinco, seis anos nunca mais esqueceram. Porquê?
Porquê muito mais tarde, num triturador de lixo (também denominado televisão) uma imagem brotou inesperada e relembrei essa flor?
Dez segundos de futuro, soterrados de imediato por sucessivas enxurradas de detritos televisivos; tempo suficiente para alertar os cépticos que a esperança é forjada na luta inseparável de desaires e alegrias.
As manifestações estudantis eram notícia. Após carga policial, os alunos do secundário voltaram a reagrupar-se; jovens, faziam a aprendizagem da afirmação necessária: irrequietos, inconscientes muitos. E como poderia ser de outro modo?
As câmaras passeavam-se por entre os manifestantes procurando pormenores, nem sempre dignificantes, e quando pensava que iriam continuar a soterrar-nos de imagens sem sentido, uma objectiva colhendo ternura chama a primeiro plano o rosto de uma jovem.
Lembram-se?
Fisionomia determinada onde a dor e a raiva se abraçavam e as lágrimas uniam, entoava: "Grândola, Vila Morena!".
Sentada no chão chorava, e por entre soluços sentidos semeando no presente melodias do passado recente onde leveda o futuro, cantava.
Na terra semeava lágrimas e canções no ainda débil viveiro do seu descontentamento. É por aí que se inicia a sementeira!
Ao levantar-se ninguém ou coisa alguma a poderá deter. A seara está feita; penoso será o caminho que a levará à colheita. Como qualquer bom camponês há que estar atenta e recomeçar, recomeçar sempre, sempre, sempre!
Este rosto guardei-o na galeria das belas imagens da minha vida porque me deu força e reforçou o orgulho de continuar a acreditar que o testemunho é sempre bem entregue às gerações que nos sucedem.
E a quem o poderíamos confiar?!
Recordando, lembranças nos chegam arrastando imagens, sons, poemas, livros! E num dos marcos desta minha alameda de emoções está inscrito o "Rumor Branco", primeiro livro do grande escritor Almeida Faria que, em síntese, profundidade e beleza nos recorda que ".....os homens não nascem mas se fazem, a cadistante se fazem e nisso está a liberdade deles....."
Confiante e determinada lá estava no 25 de Abril e no 1º de Maio.
Continuando a caldear sonho e liberdade não vai faltar no próximo sábado dia 11 de Fevereiro no Terreiro do Povo.
Vão conhecê-la na alegria dos jovens que nos recebem o testemunho.
Não faltem!
2 comentários:
Vão, vão - vamos, todos! - e vislumbremos juntos um pedaço luminoso do Futuro.
Até sábado!
Vou lá encontrar-me com ela.
Um abraço,
mário
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