CINQUENTENÁRIO
DO ASSASSINATO DE CATARINA EUFÉMIA
O poema de Vicente Campinas "Cantar Alentejano" foi musicado por Zeca Afonso no álbum "Cantigas de Maio" editado no Natal de 1971
O poema de Eduardo Valente
da Fonseca (1928-2003) é o mais
antigo em
publicação (Maio de 1966); talvez antecedido pelo do
Alexandre O´Neill, que foi o último a ser divulgado.
A impressão rudimentar é eloquente. Deve tratar-se de uma edição semi-clandestina de pequena
tiragem e distribuída clandestinamente.
UNIDOS, CAMARADAS
Cala-te amigo
Ouve... é a flor do trigo
Chorando CATARINA assassinada
Cala-te amigo
Nós não somos flor de trigo
Choremos doutro modo camarada
Que sejam nossas lágrimas passadas de firmeza
No posto de combate dos nossos ideais
RUMO À VITÓRIA até que não haja nunca mais
Quadrilhas de assassinos na terra portuguesa
Cala-te amigo! Forjemos na unidade
De Catarina o sonho de rutila beleza
UM PORTUGAL FELIZ EM PAZ E LIBERDADE.
(Eduardo Valente da Fonseca)
Muitos mais poetas
dedicaram poemas a Catarina Eufémia -
António Ferreira Guedes, Carlos Aboim
Inglez, José Carlos Ary dos Santos,
Sophia de Mello Breyner Andresen, entre muitos outros.
O de Sophia é particularmente belo. Mas hoje só quis
referir-me aos que foram Papiniano
Carlos, escritos antes de 25 de Abril
de 1974 em circunstâncias
diferentes. Muito
diferentes.
2 comentários:
Nao me lembrava,que faz hoje,dia 19,precisamente 60 anos,que mataram Catarina por cinco tostoes.Nao conhecia Eduardo da Fonseca,bem como este poema dedicado a Catarina.Hâ poemas e textos lindos sobre esta heroîna Portuguesa,porque o foi,e nao deveria ser esquecida,se houvesse honestidade intelectual da parte dos capachos de servico.
Um abraco
Fiquei emocionada com o poema a Catarina, de Eduardo Valente da Fonseca. Eu fui amiga pessoal dele. Muitas vezes ele almoçou em minha casa. Eu também tinha, mas não o encontro, um seu maravilhoso poema a Vasco Gonçalves. Hei de procurá-lo e encontrá-lo-ei. Eu sei a quem o pedir.
Também me comoveu a referência a Papiniano Carlos, de quem fui muito amiga,assim como da Olívia, e que me recorda a juventude e os tempos de fraternidade e
esperança.
E todo esse passado me dá mais força para apoiar a luta de hoje e intervir, dentro das minhas possibilidades.
Um beijo.
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