Vivo a
emoção de todos
os que acreditam que a Grécia vai mudar.
Anunciavam-se eleições na Grécia, e a Europa tremia, tremeu, trocou
o passo, entrou em
choque. O que
irá fazer o povo
grego – interrogavam-se uns. Vem aí a esquerda-radical, moderna
porque sem
ideologia, que
talvez queira sair
da moeda única,
quiçá da própria
UE - alertavam outros. E os mercados!? Como
é que irão reagir
os mercados!?
A tal ‘cidadania’
militante aos fins-de-semana, em bicos de pés clamava aos quatro
ou cinco
ventos: “nós
somos gregos”. Em
Espanha o “Podemos” anunciava o terramoto
político na Europa com
repercussões globais.
- Agora é que os capitalistas vão
ver como elas lhes
mordem!... Cochichavam os revolucionários
de café sorrindo para
a bica.
O povo grego
disse claramente que
está farto dos gangsters de Bruxelas e de Atenas. A “esquerda-radical” ganhou no domingo, e a manhã
de segunda-feira surgiu tranquila, a bolsa não tugiu
nem mugiu, o euro
continuou a eurar, a Merkel* tomou o
pequeno-almoço como habitualmente,
e o napoleónico Hollande regressou de lambreta
ao Palácio do Eliseu depois
de uma noitada em
casa da amásia.
Os mídia encenaram o catastrofismo
e lançaram o alarme bem alto para o ver
cair em pedaços. Vá lá
saber-se porquê!...
O povo grego, como todos os povos, está farto
dos partidos que
representam o “arco do poder”,
e procura romper
esse círculo
infernal, e o grande capital disso está consciente.
A revolta ficou sob
controlo, a revolução é inevitável mas com verdadeiros revolucionários.
Os que se encharcam de fórmulas e citações
para fazer revoluções com
o esforço alheio
que passem a ler
as revistas do Jet Set para
continuarem entretidos.
*«Numa mensagem divulgada pela
chancelaria em Berlim, Ângela Merkel
felicitou o novo primeiro-ministro
da Grécia, Alexis Tsipras, desejando-lhe
"muita força e sucesso".