terça-feira, 30 de setembro de 2025

No estertor do monstro

EUA anunciam sanções enquanto 147 dos 193 Estados-membros da ONU se posicionam a favor do estado palestiniano

Estados Unidos sancionou responsáveis da Autoridade Palestiniana e da Organização para a Libertação da Palestina por alegado apoio ao terrorismo e intensificação do conflito com Israel

Trinta e quatro organizações da sociedade civil da orla do Mediterrâneo, entre as quais o MPPM, subscrevem uma declaração, hoje tornada pública, em que se solidarizam com destacadas organizações palestinas de direitos humanos visadas por sanções draconianas do governo dos Estados Unidos:

À medida que o genocídio de Israel contra os palestinos em Gaza se intensifica, possibilitado pelo apoio militar e político dos EUA, o Gabinete de Controlo de Activos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções a proeminentes organizações palestinas de direitos humanos, Al-Haq, Al Mezan Center for Human Rights e Palestinian Centre for Human Rights. Isto representa um grave ataque aos padrões de direitos humanos, à busca global pela justiça e ao respeito pelo direito internacional.

O trabalho dessas organizações em pesquisa jurídica, documentação e defesa dos direitos humanos tem lançado luz sobre as violações contínuas do direito internacional por parte de Israel. O seu envolvimento com mecanismos de justiça internacional, incluindo o Tribunal Penal Internacional (TPI), resultou na sua inclusão numa série mais ampla de sanções dos EUA aplicadas ao procurador e adjuntos do TPI, seis juízes do TPI e à relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados (TPO), Francesca Albanese.

Em vez de reconhecer e abordar essas violações e a sua contribuição para elas, os Estados Unidos decidiram sancionar aqueles que se esforçam por defender o sistema internacional de direitos humanos e a justiça internacional, numa tentativa de proteger Israel da responsabilização pelo seu genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza ocupada, pela ocupação ilegal de todo o TPO e pelo apartheid contra todos os palestinos cujos direitos controla. A Addameer, outra organização palestina proeminente, também foi arbitrariamente sancionada pelos EUA, apenas pelo seu trabalho em defesa dos direitos humanos.

Nós, as organizações abaixo assinadas, condenamos esta decisão e apelamos aos Estados para que tomem medidas globais urgentes e coordenadas, demonstrem solidariedade pública e protejam as organizações visadas, e reafirmem o seu compromisso com o sistema internacional de direitos humanos e a justiça internacional, opondo-se ao Decreto Presidencial 14203.

Estas sanções são as mais recentes de uma longa série de tentativas de silenciar as vozes palestinas. Expressamos a nossa total solidariedade com as três organizações e com todo o movimento palestino de direitos humanos face a este esforço malicioso, que faz parte de uma campanha de décadas por parte de Israel e dos seus aliados para negar sistematicamente os direitos dos palestinos, incluindo o direito ao regresso, ao abrigo do direito internacional, e para fugir à justiça e à responsabilização por décadas de crimes ao abrigo do direito internacional.

As organizações abaixo assinadas apelam a todos os Estados, a nível nacional e em fóruns multilaterais, para que:

Tomem medidas concretas e utilizem todos os meios disponíveis para garantir a segurança e a protecção das operações e do pessoal destas organizações na Faixa de Gaza ocupada e na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, que enfrentam riscos acrescidos por realizarem um trabalho legítimo em matéria de direitos humanos.

Instar os Estados-Membros da UE a invocarem e aplicarem imediatamente o Estatuto de Bloqueio da UE para proteger as organizações palestinas de direitos humanos, os defensores, os peritos da ONU e o Tribunal Penal Internacional dos efeitos das sanções extraterritoriais dos EUA. Instamos ainda os Estados a adoptarem instrumentos semelhantes a nível nacional e regional para mitigar o efeito destas sanções, ao mesmo tempo que exercem pressão diplomática sobre o governo dos EUA para que as revogue.

Utilizar todos os meios ao seu alcance para pressionar Israel a pôr fim ao seu genocídio e outras violações do direito internacional em Gaza e nos territórios palestinos ocupados, nomeadamente: impondo um embargo total ao armamento;  suspender todas as actividades que contribuam ou estejam directamente ligadas à ocupação ilegal dos territórios palestinos ocupados por Israel, ao seu sistema de apartheid contra todos os palestinos cujos direitos controla ou ao genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza ocupada; e impor sanções específicas contra os funcionários israelitas mais implicados em crimes ao abrigo do direito internacional.

Paralelamente, exortamos as outras organizações defensoras dos direitos humanos a que:

Unam forças com parceiros, movimentos sociais e grupos de solidariedade para se mobilizarem em todo o mundo a fim de amplificar as vozes do povo palestino. Apoiem os esforços para organizar e exercer o direito de reunião pacífica para pressionar Israel a pôr fim ao seu genocídio contra os palestinos em Gaza e à sua opressão do povo palestino, e para alcançar justiça e responsabilização pelas violações do direito internacional por parte de Israel. 

29 de Setembro de 2025

 

Lista de signatários:

11.11.11
Amnesty International
Anti-Racism Movement (Lebanon)
Associazione Ricreativa e Culturale Italiana – ARCI
Belgian Academics and Artists for Palestine -BA4P
Cairo Institute for Human Rights Studies
CCFD – Terre Solidaire
Center for Egyptian Women’s Legal Assistance – CEWLA
Center for Legal Aid Voice in Bulgaria
CNCD-11.11.11
Comité pour le respect des libertés et des droits de l’Homme en Tunisie – CRLDHT
Comité pour une Paix Juste au Proche-Orient, Luxembourg
Consiglio Italiano per i Rifugiati – CIR
Cooperazione Internazionale Sud-Sud – CISS
Egyptian Human Rights Forum – EHRF
EuroMed Rights
European Coordination of Committees and Associations for Palestine – ECCP
Fédération des tunisiens citoyens des deux rives – FTCR
Human Rights Association  (İnsan Hakları Derneği) – iHD
HuMENA for Human Rights and Civic Engagement
Jerusalem Legal Aid and Human Rights Center – JLAC
LDH (Ligue des droits de l’Homme)
Lebanese Center for Human Rights – CLDH
Movimento pelos direitos do povo palestino e pela paz no Médio Oriente – MPPM
New Woman Foundation – Egypt
Palestinian Human Rights Organisation in Lebanon – PHRO
Pax Christi International
Plateforme des ONG françaises pour la Palestine
Refugees Platform In Egypt-RPE
Sadaka-the Ireland Palestine Alliance
Sinai Foundation for Human Rights – SFHR
Trócaire
Weltfriedensdienst e.V.
Women’s Centre for Legal Aid and Counselling – WCLAC

 

MPPM - MOVIMENTO PELOS DIREITOS DO POVO PALESTINO E PELA PAZ NO MÉDIO ORIENTE

Presidente da Assembleia Geral: Carlos Araújo Sequeira | Presidente da Direcção Nacional: Maria do Céu Guerra

Vice-Presidentes: Adel Sidarus, Carlos Almeida, Frei Bento Domingues

Presidente do Conselho Fiscal : Frederico Gama Carvalho

Rua Silva Carvalho, 184 – 1º Dtº | 1250-258 Lisboa | Portugal

mppm.palestina@gmail.com | www.mppm-palestina.org | www.facebook.com/mppm.movimento.palestina | www.instagram.com/mppm.palestina| www.youtube.com/@mppm111

O MPPM é uma Organização Não Gover


segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Descabido ou descabelado

 «Se a esperança média de vida passar dos 80 para os 85 ou os 90, é normal que a idade de reforma aumente. Ligar a idade de reforma a esperança média de vida é assim tão descabido?»

João Galamba, ex-ministro das Infra-estruturas, no X

A gestão do dossiê TAP por João Galamba e pelo seu antecessor no cargo de ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, foi considerada «mentira nacional do ano» de 2023. A TAP, Christine Ourmières-Widener e a embrulhada deste [sugiram como o qualificar] tenho muitos adjetivos, mas nenhum é suficiente forte.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

SIC NAZISSIONISTA

 A SIC acaba de transmitir em direto com tradução simultânea, toda a intervenção de Netanyahu na ONU, as delegações abandonaram o plenário que ficou vazio, mas essa imagem passa em escassos segundos na TV do Balsemão do Bilderberg, que se confunde com o que de pior há no planeta.


Netanyahu é vaiado na Assembleia Geral da ONU e membros deixam plenário

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

🔥O BRASIL ACORDOU

Contra PEC da Blindagem com Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Gilberto...

O HUMANISMO TEM ROSTO

Não é possível, sem fremir, ser confrontado com semelhantes situações

Médicos afirmam que não vão sair do hospital al-Shifa, em Gaza

AbrilAbril

22 de Setembro de 2025

No meio da escalada israelita, Muhammad Abu Salmiya, director hospitalar cujos familiares foram assassinados pela ocupação, reafirmou que as equipas médicas vão continuar a trabalhar na Cidade de Gaza.

Muhammad Abu Salmiya fala à Al Jazeera no hospital al-Shifa, bastante destruído pela ocupação, na Cidade de Gaza Créditos/ Al Jazeera

Em declarações à imprensa na manhã de domingo, Muhammad Abu Salmiya, director do complexo hospitalar al-Shifa, disse que as equipas médicas não vão abandonar os pacientes, no meio da ofensiva terrestre israelita em grande escala contra a Cidade de Gaza.

Vamos continuar o nosso trabalho, apesar da destruição, da falta de medicamentos e dos ataques às nossas casas e famílias, afirmou, acrescentando que os profissionais da saúde se mantêm firmes no compromisso de salvar vidas e cuidar dos feridos, mesmo nas condições mais «insuportáveis».

O al-Shifa já foi o maior complexo hospitalar na Faixa de Gaza, mas hoje está praticamente em ruínas, depois de ter sido alvo de intensos bombardeamentos aéreos e de artilharia por parte das forças de ocupação, em diversas ocasiões.

O actual director passou mais de sete meses nas cadeias israelitas, com a ocupação a alegar que a resistência palestiniana usava o hospital como base para o «terrorismo», refere a Al Jazeera.

Acabou por sair sem «acusações» mas depois de ter sido submetido a sessões de tortura e de humilhação. No sábado, um ataque israelita contra a sua casa de família, no campo de refugiados de al-Shati, matou pelo menos cinco pessoas, incluindo o seu irmão, cunhada e filhos.

Neste sentido, a fonte destaca que Abu Salmiya está a tentar dar o exemplo, no meio de «condições horrendas».

«As nossas equipas médicas continuam a realizar a sua missão humanitária neste complexo hospitalar sob forte pressão», disse o director, na Cidade de Gaza.

«A sua mensagem continua: servimos os doentes e os feridos o melhor que podemos», frisou, alertando para a política de limpeza étnica levada a cabo por Israel e condenando os ataques directos a unidades hospitalares e pessoal médico.

«São heróis»

Uma médica australiana a trabalhar como voluntária no hospital destacou as condições «horríveis» em que o pessoal médico trabalha.

«Pude constatar a capacidade de resistência destes médicos... são literalmente heróis», disse a médica australiana à Al Jazeera, explicando que médicos, enfermeiros e estudantes de medicina estão a viver e a trabalhar no hospital.

«Estamos aqui há apenas duas semanas e simplesmente não conseguimos abranger a dimensão do trauma e do trabalho duro. Não creio que um ser humano possa sobreviver e aguentar aquilo por que estamos a passar», disse.

O hospital a-Shifa é uma de muitas infra-estruturas da saúde que foram quase inteiramente destruídas pelas forças de ocupação no enclave.

Ahmed al-Farra, director de pediatria do Hospital Nasser, em Khan Yunis, no Sul de Gaza, sabe bem as condições terríveis que as equipas médicas sofrem em todo o território e destacou o facto de, desde o início da agressão, Israel ter estado a atacar o pessoal médico, «metendo-o na cadeia ou matando as suas famílias».

De acordo com as autoridades na Faixa de Gaza, a ocupação matou pelo menos 1670 trabalhadores do sector nos últimos dois anos.

domingo, 21 de setembro de 2025

E, é assim… mais um pacote

 
 
 Os povos da Federação Russa recebem o décimo nono pacote da “U”E com natural desdém, menosprezando os seus dirigentes rejeitados pelos povos para com os quais se comprometeram a lhes proporcionar uma vida tranquila. As enormes manifestações refletem o descontentamento, no entanto, não vejo cartazes contra a guerra e os milhares de milhões gastos com o apoio aos nazis ucranianos e só vislumbro uma ou outra bandeira de apoios à Palestina, como se estes carcinomas não estejam criando metástases no tecido social.

Putin continua com cerca de 80% de apoio dos povos da Federação, a economia progride e, Macron não chega aos 20%.

OS POVOS VÃO DAR CAMINHO AO SEU FUTURO.

 

 

 

 

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

O Banquete e a Fome

A crueldade atinge o seu clímax quando se exibe sem pudor no altar da barbárie (AQUI)

E, os media, publicitam ufanos o fausto onde o insulto fere; uma dita civilização que se esboroa (AQUI)


(ouvir aqui»»» Os Vampiros

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés veludo
Chupar o sangue fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada

Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei

Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada

Eles comem tudo, eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
 

Zeca Afonso

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

França: As tarifas e os tarados atarefados

 

Macron tem a tarefa de bombardear de tarifas a Federação Russa e criar condições para que a economia desmorone e Putin perca o apoio popular. 80% da Federação apoia Putin, a economia floresce e as relações internacionais crescem exponencialmente.

 Mas, “Paris está a arder”, sai na rifa mais um Primeiro-ministro que antes de chegar já está a ser rejeitado pelos trabalhadores que ocupam as ruas exigindo a demissão de Macron que não chega a ter 20% de apoio, a economia anda pelas ruas da amargura, o governo internacionalmente isolado. São factos!

Quanto a nós, em virtude do fosso socio-ecónomico para que a UE nos empurra, só nos resta a luta contra o neo-fascismo com máscara de democracia.


domingo, 7 de setembro de 2025

Divulgar o crime

Israel ataca uma das torres mais altas de Gaza, prédio de 14 andares implodiu em 7 segundos

 O crime vai muito para além do que se tivesse podido imaginar, a derrocada em direto de uma dita civilização. Não pudemos ficar impassíveis, que cada um faça o que lhe for possível, nem que seja estender um pano negro à janela.  

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Aparente loucura

A cultura da morte tomou conta da Europa


A cultura da morte se enraizou na Europa. Se a França reorganizar os hospitais militares, como já informamos, o governo britânico ordenará um sistema de necrotério móvel para vigiar os cadáveres em massa. O Ministério do Interior assinou discretamente contratos para serviços funerários, necrotérios móveis e edifícios refrigerados com capacidade para 700 corpos (1).

A mesma coisa acontece na Alemanha. Berlim desenvolveu um plano de emergência abrangente para hospitais para prepará-los para a guerra. É o resultado de dois anos de colaboração entre o Ministério da Saúde de Berlim, o exército alemão e doze hospitais da capital. Ele está sendo mantido em segredo por razões de segurança, informou o Gazeta Express (2).

No entanto, os países europeus não estão se preparando para nenhuma guerra. Trata-se de subjugar a população através do medo. A repressão política contribui para criar uma atmosfera bélica e o militarismo ajuda a justificar as despesas orçamentais e a manter a população assustada.

(1) https://steigan.no/2025/08/storbritannias-forberedelser-for-massedodsfall-hva-forbereder-regjeringa-seg-pa/
(2) https://www.gazetaexpress.com/de/Deutsche-Krankenh%C3%A4user-bereiten-sich-auf-Kriegsszenarien-vor/


quinta-feira, 4 de setembro de 2025

A raiz do crime

Opções: assistência e segurança ou Web Summit e espectáculo de autopromoção? 

Moedas retira 4 milhões de euros à Carris e dá-os à Web Summit

AbrilAbril

28 de Outubro de 2024

Com a conivência do PS, Carlos Moedas conseguiu aprovar a retirada de quatro milhões de euros à Carris e a atribuição do mesmo valor à Web Summit. Na Lisboa do PSD/CDS, os trabalhadores poderão deslocar-se nos unicórnios prometidos pelo presidente da Câmara.

Na passada sexta-feira, realizou-se mais uma reunião privada do executivo da Câmara Municipal de Lisboa, e o Web Summit foi o centro das atenções, por terem sido colocadas duas propostas à votação que visavam directamente o evento, mas não só. 

Numa primeira proposta, Carlos Moedas, presidente da Câmara eleito pela coligação PSD, CDS-PP, PPM, MPT, apresentou uma proposta de alteração orçamental para beneficiar o evento que assombra Lisboa anualmente e pouco acrescenta à vida de quem vive e trabalha na cidade. 

 A 24.ª alteração ao Orçamento de 2024 e às Grandes Opções do Plano 2024-2028, proposta por Carlos Moedas, visou retirar 4 milhões de euros da rubrica de mobilidade, diminuindo o financiamento da Carris e transferindo o mesmo montante para a Web Summit.

Apesar desta ser a vontade do presidente da Câmara, havia possibilidade de a contrariar. No momento da votação registaram-se 7 votos a favor, 7 votos contra e três abstenções, todas do PS. Com este último voto dos socialistas verificava-se uma situação de empate, e segundo as resoluções dos órgão do município, em caso de empate na votação, o presidente da Câmara tem voto de qualidade e desempata.

Ou seja, o PS podia ter impedido a retirada de 4 milhões de euros à Carris, mas no momento da verdade, com o seu voto, foi cúmplice dos objetivos de Carlos Moedas de destruição da empresa de transporte público rodoviário.

Num segundo momento, foi colocado à votação «o financiamento, através do Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, da candidatura da Associação de Turismo de Lisboa no âmbito do projeto para organização e realização do evento "Web Summit" e respectiva Transferência de verba, nos termos da proposta». Nesta proposta houve 10 votos a favor: 3 votos do PSD; 3 do CDS-PP; 1 de uma independente e 3 do PS.