A matilha, mesmo se saciada, dilacera a vítima por prazer, fá-lo por instinto, não por necessidade. O odor do sangue e o sentimento de pavor que provocam excita-os.
Mas a matilha exercita o terror porque as vítimas se conformam. De há décadas que a matilha vêm fustigando todos os assalariados, infligindo-lhes traumas dos mais violentos. Desde há muito que a classe média vê e sente que o presente se torna insustentável e o futuro as aterroriza.
A classe pequeno-burguesa confunde-se com os governantes por ela eleitos, a classe pequeno-burguesa tem sido e continua a ser o fiel da balança eleitoral. As figuras proeminentes ao leme da governança são oriundas dessa classezinha rafeira – Soares, Eanes, Cavaco, Sócrates, Coelho e toda uma caterva de ministros amanuenses que chegaram ao poder com uma mão à frente e outra atrás – e nessa solidariedade de classe vão-lhes dando apoio eleitoral para que os fustiguem ainda mais. Encontram-se nesta classe sem ideologia própria grande parte dos ‘intelectuais orgânicos’, presumidos, auto-convencidos e como tal arrogantes. Estão sofrendo as consequências do seu cretinismo e rebelam-se, blasfemam ou incorporam ‘movimentos sociais’; indignam-se mas continuam acorrentados à classe que os pariu.
«Entre um governo que faz o mal e o povo que o consente, há uma certa cumplicidade VERGONHOSA» Victor Hugo.
Há um ano, pelas mãos e os pés do PS/PSD/CDS, a banca a que também designam por troikas, iniciou o esbulho. A classe média e medíocre ainda não compreendeu o que lhe está acontecendo. Sempre votaram neles, nunca foram a manifestações, fizeram sempre o anticomunismo que lhes incutiram, não se sindicalizaram e foram os fiéis megafones que difundiram e aceitaram a ideologia dos poderosos.
Vão sendo espoliados de tudo o que haviam amealhado, muitos não conseguirão obter os meios indispensáveis de sobrevivência, perderão tudo, menos o estigma de classe.
É uma classe tão vesga que se insurge contra os direitos dos próprios progenitores que os sustentam.
1 comentário:
Estão a acordar,devagar,pensando ainda ser só um pesadelo.
Pode ser que o clamor aumente.
Um abraço,
mário
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