segunda-feira, 3 de junho de 2013

«Obreiros anónimos do futuro»



«Enquanto a humanidade for humanidade, as acções que hoje praticamos estarão sempre presentes, resistindo ao tempo e ao esquecimento a que nos votarão os nossos netos. os nossos corpos terão perdido a forma humana, as suas partículas viverão separadas e dispersas e ainda nas sociedades futuras os efeitos das nossas acções evocarão a nossa passada existência. Com esta concepção, sentimo-nos (hoje) obreiros anónimos do futuro. Ao problema da morte, do não ser, responde satisfatoriamente a certeza consoladora deste prolongamento da nossa existência. Se se pudesse falar em eternidade, esta seria a única eternidade da nossa vida, como seres pensantes e voluntariosos.»


Álvaro Cunhal,Um Problema de Consciência”, 1939

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Sem dúvida. O que fizermos hoje terá reflexo no futuro. E esta é a verdadeira imortalidade, bem patente em Álvaro Cunhal.

Um beijo.