«Em 2014
podemos viver uma espécie de 1640 financeiro»
Paulo Portas
Aceitam-se apostas. - Será este o primeiro a sair pela janela?
Pedem-se sugestões. – De que andar?
*
* *
Um
povo
de brandos
costumes
«Lisboa 6 de Dezembro
de 1383. -- Embora
pareça que
aqueles
que
tinham subido à torre
da Sé
não
tivessem vontade
genuína
de fazer
mal
algum
ao seu
prelado
(segundo
diz Fernão Lopes), os insistentes
pedidos
do Povo
(que
considerava o bispo
duas vezes
traidor,
por
ser
castelão e cismático, isto
é, castelhano
e partidário
do Antipapa),
que
gritava cá
de baixo
para
que
o atirassem da torre,
sob
pena
de também
atirarem aqueles
que
haviam subido, levaram-nos a defenestrar o bispo D.
Martinho.
Caído
morto
no terreiro
da Sé,
«ali o desnudaram de toda a vestidura, dando-lhe pedradas com muitos e feios doestos, até que se enfadaram dele os homens e os cachopos, e foi
roubado de quanto havia. […] E em esse dia logo algumas refeces pessoas lançaram ao bispo, onde jazia nu, um baraço nas pernas, e chamando muitos cachopos que o arrastassem, ia um rústico bradando adiante:
"Justiça
que
manda
fazer
nosso
senhor
o Papa
Urbano
Sexto,
neste traidor
cismático castelão,
porque
não
estava com
a Santa
Igreja."
E assim o arrastaram pela cidade, com as vergonhosas partes descobertas e o levaram ao Rossio, onde
o começaram a comer os cães, que o não ousava nenhum soterrar. E sendo já dele
muito comido, soterraram-no em outro dia ali no Rossio […], por tirarem fedor
dentre as suas vistas.» (Fernão Lopes, Crónica de el-rei
D. João I, capítulo XII).»
1 comentário:
Um pouco animalesco. Mas, atualmente, se o povo português,tiver que chegar a esses extremos de justiça, será por razões bem mais válidas.
Um beijo.
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