Os signatários (aqui)
estão indignados - o que é natural. Constatam que
a degradação social
é preocupante e que, face à austeridade
imposta, “à esquerda,
quando é precisa
convergência, acentuam-se as dissensões”.
Os signatários “ouvem vozes de conformismo”
e “quando
é preciso esquerda,
ouvem que é a vez
do centro”, mas
não ouvem as lutas que
diariamente se manifestam por todo o país, que vão das greves a reivindicações várias ou
às manifestações de repúdio
pela política
de direita. Os signatários
ignoram o mundo do trabalho
e as suas organizações,
génese da esquerda que
sabem existir e sem
a qual a esquerda
que sugerem não
passa de um
bluff.
A esquerda
dos signatários é uma entidade difusa
transversal a bem-pensantes monologando
à mesa de café.
São vários os exemplos
por toda
a Europa de terapias prescritas para fortalecer as esquerdas que,
insensatas, engoliram o óleo de rícino que lhes causou cólicas
de que ainda
se queixam.
“Que só a esquerda
pode salvar Portugal”, dizem – e isso é mais do que evidente - mas os signatários
ignoram ou esquecem o essencial: só uma
política de esquerda
pode salvar Portugal! Aglutinar
siglas que
se denominam de esquerda sem se definir a política que
propõem é a morte anunciada de qualquer
convergência, e que
os signatários de formação
académica relevante sabem ou fazem por ignorar.
“O pólo
das esquerdas unidas” traz consigo uma alteração significativa:
aparece pela primeira
vez neste tipo
de manifestos, que
primam sempre por
grande imaginação,
o substantivo pólo.
Pretendem que
o “pólo” entre
no jogo eleitoral
que se aproxima, e sendo o pólo um jogo de elite a
que os trabalhadores
não têm acesso,
os signatários devem ter
dificuldade em
formar equipa embora
não lhes
faltem cavalos, mesmo
de Troia.
1 comentário:
Completamente de acordo.Sô com uma polîtica de esquerda ê que podemos mudar esta situacao.Bem podem os burgueses-classe-mêdia-alta,falar em esquerda,que mais cedo,ou mais tarde,o povo vai perceber a diferenca.
Abraco
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