DA PSIQUIATRIA POLÍTICA
Ângelo Alves – Avante, opinião
Tornou-se um lugar comum... Quando a
contestação social alastra e a alternância parece ameaçada surge o «debate» da
necessidade de «novos actores políticos» que «modernizem a política». Com os
partidos da política de direita (PS, PSD e CDS) em claras dificuldades e as
eleições à porta, eles aí estão. Entre recauchutagens de velhos projectos e
partidos «novos» cheios de caras «experientes» aí estão os «últimos gritos» da
política nacional, tudo com nomes «altamente». O Livre, do «novato» e
«desconhecido» Rui Tavares juntou-se a Ana Drago, essa onda de frescura acabada
de sair do Bloco de Esquerda, e fundam o tempo de aparecer, perdão: «tempo de
avançar». Um Partido tão «novo» que abriu concurso na sua página web para
candidatos. Basta aceitar as condições, pôr o nome, enviar a foto e já está!
Até se pode escolher o círculo eleitoral. Moderno, sem dúvida! Tão moderno como
o «junto podemos» de Joana Amaral Dias, um exemplo muito interessante de
domínio da linguística ao decidir dar o nome de «juntos» a um movimento que
resulta de uma divisão de anteriores projectos.
Já esse «desconhecido» da política
nacional, de seu nome Marinho e Pinto, que prometeu nas eleições para o
Parlamento Europeu «revolucionar a política nacional» está a cumprir a
promessa. Em menos de um ano conseguiu: ser cabeça de lista do MPT; sair do
Parlamento Europeu quando disse que ia cumprir o mandato até ao fim; filiar-se
no MPT depois de ser eleito, desfiliar-se desse mesmo MPT, fundar o seu próprio
Partido – o Partido Democrático Republicano – e suspender a primeira convenção
do PDR porque entretanto surgiu uma lista alternativa que poderia ganhar as
eleições internas.
6 de JUNHO 2015
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